28/11/2024 às 16:56
“Quis provocar com essa obra a discussão sobre os direitos básicos dos cidadãos periféricos, como o de transporte, saúde e educação”, disse o artista. A “catraca” inflável é um convite a ser “pulada” de fato, como uma metáfora sobre a necessidade de se enfrentar obstáculos.
Além das intervenções, a primeira atração no palco tem a criatividade e a irreverência do grupo Breguenaite, que reúne música e performances em um baile que se apresenta como o mais “despretensioso do DF”, com a mistura de reggae e brega.
“É de extrema importância a visibilização da cultura periférica para que ocupemos os territórios culturais”, avalia a multiartista Loba Makua, de 32 anos de idade, que coordena o baile que pretende ser acessível e livre de qualquer exclusão ou preconceito.
Para ela, que é da região administrativa de São Sebastião, a cultura é o que pode dar força às comunidades periféricas para a luta por direitos e políticas públicas. Loba Makua disse que os artistas periféricos não têm o trabalho cultural como o principal gerador de renda. Um dos exemplos é a própria mestre de cerimônias Negra Eve, de 29 anos de idade, que também é cantora do baile. No dia a dia, trabalha como vendedora de roupas no centro de Ceilândia.
Negra Eve já atuou também como cabeleireira, mas a principal paixão dela está na música. “A arte surgiu para mim dentro da minha casa. A minha mãe era cantora de rap [Thug Di]”. Ela viu a mãe trabalhar o dia inteiro e dedicar-se à cultura nas horas vagas. Para ela, manifestar-se pela música é uma necessidade ao tratar de amor, afetos e protestos.
O espaço para a periferia segue pela noite inteira da Torre de TV, em Brasília, com atrações como a cantora Gaby Amarantos, às 20h40, e o rapper Criolo, às 22h.
Confira toda a programação no site do Ministério das Cidades.
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