18/01/2025 às 15:51
Pela primeira vez, o local do encontro será o Jockey Club, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, onde vai se espalhar nas tribunas B e C. Artistas como Roberta Sá, Vanessa da Mata, Elba Ramalho, Mart'nália, Chico César, Diogo Nogueira, Sidney Magal, Gretchen e Mãeana, estão confirmadas entre as 25 atrações.
A programação do festival, patrocinado pelo Ministério da Cultura e Petrobras, com direito a bailes com o Monobloco e a Carnageralda, mistura festa e bloco. O reforço na alegria virá com um tributo inédito à figura de destaque da TV brasileira, o Chacrinha, com apresentação do Bloco Fogo & Paixão, que convida Sidney Magal, Gretchen e Natascha Falcão. O Velho Guerreiro, como era chamado, será caracterizado pelo apresentador Milton Cunha, que se apresentará ao lado das Chacretes.
Como a proposta da CasaBloco 2025 é ser ainda mais diversa e inclusiva, na sexta-feira, 7 de fevereiro, o festival vai juntar representantes dos carnavais dos estados. A tarde começa com o Bloco da Terreirada, referência da cultura popular do Ceará se misturando ao Reisado de Congo do Cariri com a Cultura Carioca dos Blocos de Rua. No dia seguinte, a CasaBloco terá ao mesmo tempo atrações do Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Para a cantora do bloco Fogo & Paixão Mariana Guedes, a integração com manifestações de outras partes do país ajuda os promotores de carnaval do Rio a fazer novas conexões com blocos e bandas de outras partes do Brasil.
“É super importante para a gente poder crescer, mudar, diversificar. A CasaBloco traz esse intercâmbio de maneira muito fluida e muito importante, mostrando que o carnaval não é só aqui, muito pelo contrário, está crescendo. Eu sou de Curitiba, que não costumava ter carnaval de rua tão forte, e hoje está enorme o carnaval de rua lá. A CasaBloco começa a mostrar pra gente esses outros carnavais, que são diferentes, mesmo que sejam blocos de rua”, disse à Agência Brasil.
“Cada ano mais cheio e os ingressos esgotam mais rapidamente. Pra mim isso é a prova de como o público aceita e quer essa diversidade e conhecer essa mistura toda”, completou.
As atrações têm agendas também no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro da cidade, das 9h às 21h. Com ingresso gratuito, na CasaBloco Multilinguagem o público vai se divertir em oficinas de máscaras carnavalescas, lambe-lambe, maquiagem, na Mostra de Cinema Petrobras CasaBloco, e participar de rodas de conversa e das apresentações dos grupos Filhos de Gandhi e Caxambu do Salgueiro.
Haverá uma conversa sobre o livro Salgueiro, o “Quilombo” Moderno: batuqueiro, mandingueiro, diferente, com a participação da pesquisadora Helena Theodoro, do jornalista Leonardo Bruno, autor do livro junto com Nei Lopes, e Marcelo da Paz Ọlajinminá, vice-presidente do grupo cultural Caxambu do Salgueiro, patrimônio cultural e imaterial do Brasil.
“Participar de um evento desse é uma forma de fomentar um bem imaterial, porque o Caxambu do Salgueiro é Patrimônio Imaterial Brasileiro reconhecido pelo Iphan desde 2005, a referência cultural mais antiga que nós temos. O Morro do Salgueiro é um ancestral do samba, e participar de um evento desse é uma forma de ajudar a salvaguardar a nossa cultura pela própria visibilidade do próprio evento para este grupo. A gente se sente honrado pelo convite”, disse Marcelo da Paz Ọlajinminá à Agência Brasil.
O vice-presidente do grupo cultural explicou que o Caxambu do Salgueiro é composto majoritariamente por mulheres acima de 70 anos de idade, e as matriarcas mais longevas são Tia Dorinha, de 97 anos, e Tia Celina, de 87, que passam a cultura da dança do Caxambu às gerações mais novas do Morro do Salgueiro, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.
O festival terá ainda Feira de Moda A Rua é Nossa, em parceria com o Instituto Black Bom. O evento vai reunir 20 empreendedores do estado do Rio de Janeiro promovendo impacto social e econômico na economia criativa do carnaval.
“Dos participantes 80% são pretos e pardos, 81% são mulheres, 75% empreendem há mais de 5 anos, 61,5 % têm filhos e 71% têm o seu empreendimento como a principal fonte de renda da casa”, informou a organização.
A secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros, lembra que a CasaBloco faz parte do calendário do estado do Rio de Janeiro. E ressalta que promove o carnaval fluminense para além da folia e da festa, porque também pensa o segmento como economia criativa e geração de emprego e renda.
A diversidade estará presente ainda na gastronomia, com assinatura da Junta Local - comunidade que busca transformar o sistema alimentar pela comida boa, local e justa - na curadoria com produtores locais. Os foliões vão poder saborear comidas veganas, lanches saudáveis e comidas de diversos sotaques.
Nesta edição, o festival empregará mais de 1 mil pessoas desde a pré-produção até a pós-produção. “O projeto mantém uma parceria com o Muca - Movimento Unido dos Camelôs, fundado em 2003, que recebe os alimentos doados por meio da meia-entrada solidária. A CasaBloco também firmou uma parceria com a ONG Sorrindo RJ, para a contratação de pessoas com deficiência”, informou a organização.
Antes de todos esses eventos, a CasaBloco continuará se estendendo para fora do Rio e, este ano, pela segunda vez, participará do pré-carnaval de Olinda, nos dias 1º e 2 de fevereiro, em parceria com o Centro Cultural Casa Estação da Luz, misturando o samba carioca com o frevo pernambucano.
“A gente tem planos de expandir em 2026 para mais uma cidade. A gente está querendo levar o projeto para Salvador, para fazer o triângulo Rio, Olinda e Salvador”, adiantou Rita Fernandes.
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