Sousa/PB - 
10/02/2025 às 23:31
O presidente Lula participou, nesta segunda-feira (10), da cerimônia de entrega do prêmio Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, em Brasília. O selo contempla iniciativas exitosas de gestão das secretarias de educação dos estados, do Distrito Federal e dos municípios que assegurem o direito à alfabetização das crianças até o 2º ano do ensino fundamental.
Ao todo, 4.187 municípios foram reconhecidos por esse trabalho, o correspondente a 75% do total de cidades brasileiras. Receberam o selo ouro 2.592 municípios; prata, 1.062 e bronze, 533.
A premiação também alcançou as secretarias de Educação de 25 estados e do Distrito Federal. Apenas Roraima ficou de fora nesta edição. O resultado final foi divulgado em dezembro de 2024.
O prêmio integra o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que prevê a promoção da equidade educacional e a colaboração entre os entes federativos, como explicou a Secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Helena Schweickardt:
"Nós não trabalhamos com um único método específico, porque esse tipo de estratégia, em vez de apoiar aprendizagens significativas, promove, muitas vezes, desigualdades e invisibilidades. De um modo muito articulado e colaborativo, presidente, o Ministério da Educação, junto com estados e municípios, desenvolveu ações voltadas para o desenho e a implementação de políticas territoriais de alfabetização."
A representante do MEC destacou também o trabalho da Renalfa, Rede Nacional de Articulação de Gestão e Formação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada:
“A Renalfa, que está aqui representada, forma um coletivo de 7,2 mil articuladores de alfabetização no Brasil, que recebem bolsas do MEC para fazer a mediação e a catalisação dos processos nos seus territórios”.
Entre os estados, destaque para Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Tocantins, além do Distrito Federal.
O ministro da Educação, Camilo Santana, falou dos desafios frente aos índices de conclusão da educação básica no país e dos efeitos da pandemia na alfabetização de crianças:
“No último Censo do IBGE, minha gente, melhorou agora, mas quase um terço da população brasileira não terminou a educação básica nesse país. Nós estamos falando de quase 70 milhões de brasileiros. Imagine o impacto que isso tem do ponto de vista econômico e do ponto de vista social. É imaginar, que se agravou pela pandemia, que apenas 36% das crianças brasileiras estavam sabendo ler e escrever na idade certa”.
Em seu discurso, o presidente Lula afirmou que, enquanto governar, não faltarão recursos para investir em educação. Falou ainda do atraso histórico do país na oferta igualitária de ensino:
“A gente já foi atrasado desde que foi descoberto. Nunca se apostou na educação, e eu falo que é para doer aos ouvidos daqueles que não gostam de mim. Todos países da América Latina tiveram universidade primeiro que o Brasil. O Brasil foi o último a abolir a escravidão. O Brasil foi o último a conquistar o voto da mulher. O Brasil foi o último a independência e foi o último a ter uma universidade federal. É uma vergonha. A gente só foi ter a nossa universidade em 1920”.
O Selo Alfabetização será entregue anualmente, e essa é a primeira fase do reconhecimento de boas práticas de estados e municípios.
Neste ano, após os resultados do ano letivo de 2024, o MEC realizará uma segunda premiação, focada no reconhecimento de quem cumpriu as metas definidas para o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, expressas no percentual de crianças que aprenderam a ler e a escrever.
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