11/02/2025 às 08:45
O Hamas começou a libertar alguns reféns gradualmente sob o cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, mas adiou a libertação até segunda ordem, acusando Israel de violar os termos ao continuar os ataques à Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que Israel continua determinado a recuperar todos os reféns.
"Continuaremos a tomar medidas determinadas e implacáveis até devolvermos todos os nossos reféns -- os vivos e os mortos", disse ele ao declarar luto pelo israelense Shlomo Mansour, depois que os militares confirmaram que ele foi morto durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra de Gaza.
Trump enfureceu palestinos e líderes árabes e derrubou décadas de política dos EUA que endossavam uma possível solução de dois Estados na região. Ele tenta impor sua visão de Gaza, devastada por ofensiva militar israelense e que enfrenta falta de comida, água, abrigo e precisa de ajuda externa.
"Trump precisa lembrar que existe um acordo que deve ser respeitado por ambas as partes, e essa é a única maneira de levar de volta os prisioneiros [israelenses]. A linguagem das ameaças não tem valor e só complica as coisas", disse à Reuters Sami Abu Zuhri, representante sênior do Hamas.
Trump afirmou que os Estados Unidos deveriam assumir o controle de Gaza -- onde muitas casas foram transformadas em pilhas de cimento, poeira e metal retorcido após meses de guerra -- e retirar seus mais de 2 milhões de moradores para que o enclave palestino possa ser transformado na "Riviera do Oriente Médio".
Trump se reúne com o rei Abdullah, da Jordânia, nesta terça-feira, o que provavelmente será um encontro tenso após a ideia do presidente de reconstrução de Gaza, incluindo uma ameaça de cortar a ajuda ao país árabe, aliado dos EUA, se ele se recusar a reassentar os palestinos.
O deslocamento forçado de uma população sob ocupação militar é um crime de guerra proibido pelas convenções de Genebra de 1949.
Os palestinos temem uma repetição do que chamam de Nakba, ou catástrofe, quando centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos durante a guerra de 1948 que acompanhou a criação de Israel. Israel nega que eles tenham sido forçados a sair.
"Temos que dar um ultimato ao Hamas. Cortar a eletricidade e a água, interromper a ajuda humanitária. Abrir as portas do inferno", disse o ministro das Finanças de extrema-direita de Israel, Bezalel Smotrich, em conferência do Institute for Ultra-Orthodox Strategy and Policy.
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