14/02/2025 às 15:21
O Banco Central ainda não vê uma tendência de desaceleração da economia, apesar dos dados negativos, do fim de 2024 para cá. Segundo o presidente do banco, Gabriel Galípolo, é preciso cautela para avaliar esses números e garantir que o que se percebe é mesmo uma queda na atividade e não uma oscilação temporária.
Ele falou nesta sexta-feira a empresários durante uma reunião na Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
"É importante que o Banco Central tenha o tempo necessário para poder consumir esses dados e ter clareza se a gente não está assistindo simplesmente uma volatilidade que responde esses dados de alta frequência e ter certeza se a gente está conseguindo observar uma tendência. Recentemente, a discrepância entre projeções e realizada não tem sido pequena".
Galípolo se mostrou confiante de que a política monetária com os juros mais altos vai conseguir reduzir a inflação e trazê-la para dentro da meta, que é de 3% com limite de 1,5%, para mais ou para menos. A taxa Selic, referência para os juros cobrados no país, chegou a 13,25% em janeiro e já tem mais um aumento de um ponto percentual esperado para março.
"Esse é o mandato do Banco Central, colocar a taxa de juros em um patamar restritivo o suficiente pelo tempo que for necessário para que a inflação possa fazer a convergência para a meta. Isso acho que não tem dúvida. O remédio vai funcionar. O Banco Central tem as ferramentas para conduzir a política monetária, para perseguir a meta".
Sobre as políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Galipolo disse que o Banco Central ainda está tentando entender quais serão as medidas e as repercussões delas.
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