Sousa/PB - 
20/02/2025 às 20:34
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes liberou, nesta quinta-feira (20), o acesso aos vídeos da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ontem, o ministro já havia liberado todo o processo feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que levou ao indiciamento de 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No depoimento, Moraes alerta ao tenente-coronel sobre a veracidade das informações que devem ser prestadas na delação premiada.
"Nessa nova fase da investigação, se percebeu que há uma série de omissões e uma série de contradições. Eu diria, com todo o respeito, uma série de mentiras na colaboração premiada. Essa audiência foi convocada como mais uma tentativa de permitir ao colaborador que preste as informações verdadeiras", disse.
Na delação, Mauro Cid explica que Bolsonaro buscava adesão das Forças Armadas para o golpe de Estado, pressionando principalmente o então comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira.
"Ele achava que poderia ter uma operação, alguma coisa, que o exército poderia querer aderir, tinha um povo na rua. E sempre com a ideia de manter o povo mobilizado, manter a massa na mão ali até o último momento", afirma.
Mauro Cid também diz que empresários do agronegócio pressionavam Bolsonaro pelo golpe de Estado.
"Eles estavam nessa angústia de esperar que fosse dado o golpe, esperar que o presidente assinasse um decreto e as Forças Armadas fizessem alguma coisa", explica.
Os advogados de Bolsonaro pediram ao STF um prazo de 83 dias para apresentar a defesa sobre a acusação de liderar uma organização criminosa para dar um golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes havia concedido 15 dias para manifestação dos acusados.
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