Sousa/PB - 
21/02/2025 às 19:07
O terceiro voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos, desde o início da nova gestão de Donald Trump, chegou à Fortaleza na manhã desta sexta-feira (21).
Ao todo, 94 repatriados, entre eles nove crianças, desembarcaram em solo nacional sem algemas. No entanto, dois deles foram presos por agentes da Polícia Federal por terem mandados internacionais de prisão em aberto.
Um era procurado por roubo e o outro, por crime ligado ao agenciamento de imigração de pessoas para outros países.
Para conhecer melhor o atual processo de deportação imposto por Trump, a reportagem fez contato com o advogado Juscelucio Ferreira da Silva Júnior, especialista em imigração, que atende a comunidade brasileira nos Estados Unidos.
Juscelucio explica que, quando o imigrante está sob ordem de deportação, seja por ter entrado de forma irregular no país, por ter violado as leis de imigração ou por envolvimento em crimes, ele pode ser detido em abrigo até o fim do processo.
"Quando a pessoa já está sendo procurada pelo governo, é porque falhou de ir à corte, tem uma ordem de deportação, é um criminoso ou algo assim, pelo menos é o que eles estão dizendo para a gente. Então, se a pessoa está sendo procurada e for presa, creio eu que ela vai direto para o abrigo, não tem muito a ser feito", explica.
Para aqueles que respondem em liberdade enquanto tramita o processo de deportação, o advogado Juscelucio ressalta a importância de participação em todas as audiências.
O especialista relata ainda o que já presenciou de decisões da justiça envolvendo imigrantes indocumentados que estão nos Estados Unidos para tratamento de saúde. Há casos em que o imigrante é aceito por tempo indeterminado para conclusão do tratamento e casos de deportação, mesmo que o tratamento não esteja disponível em seu país de origem.
Após incidente com o primeiro voo de deportados, no dia 24 de janeiro, o Itamaraty passou a atuar com a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília para trocar informações sobre os brasileiros que retornam ao país e a operacionalização dos voos de deportação.
O Ministério dos Direitos Humanos tem acompanhado a chegada dos brasileiros nos aeroportos de Fortaleza e Belo Horizonte.
*Com produção de Beatriz Evaristo
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