11/03/2025 às 21:20
A força da fotografia das mulheres amazônicas é tema da exposição Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de São Paulo. São mais de 160 obras, de 11 fotógrafas paraenses, que exaltam a produção fotográfica feminina da Amazônia brasileira.
A mostra reúne, pela primeira vez, fotógrafas de duas gerações em exposição coletiva. São mais de 40 anos de fotografia pelos olhos e lentes de Leila Jinkings, Cláudia Leão, Bárbara Freire, Paula Sampaio e Walda Marques, seguidas por Evna Moura, Renata Aguiar, Nay Jinknss, Nailana Thiely, Deia Lima e Jacy Santos.
Cada uma delas traz o seu olhar sobre identidade, território e memória paraenses. Nas fotografias, ancestralidade, tecnologia, floresta e cidade se misturam em imagens como as da Rodovia Transamazônica, da população indígena de São Félix do Xingu e do mercado Ver-o-Peso, em Belém (PA).
A fotógrafa Evna Moura, de 38 anos, cresceu na Ilha do Marajó. Ela é da geração mais jovem paraense a participar da exposição. A artista estabelece na sua fotografia um diálogo entre espiritualidade afro-amazônica e o meio ambiente urbano, além de registrar personalidades LGBTQIAP+ regionais.
"São momentos de diferentes fases, sendo registradas por mulheres diferentes, que também vêm de lugares assim, nesse estado que é tão grande", afirma.
A curadora da exposição, Sissi Aneleh, explica que a fotografia feita por mulheres no Pará desafia os limites entre a arte, a documentação e a experimentação. As fotos também são uma importante ferramenta de resistência e afirmação identitária.
"O foco é o universo feminino, são as mulheres de todas as idades, etnias e religiosidades", diz.
A exposição fica em cartaz, em São Paulo, até 5 de maio. Em seguida, a mostra seguirá para Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro.
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