Sousa/PB -

Extras

Ditadura militar no Brasil começou há exatos 61 anos

Rádio Agência

01/04/2025 às 09:18

Tamanho da Fonte

Baixar

O reconhecimento de “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, com o Oscar de Melhor Filme Internacional, trouxe à tona a luta por memória e verdade sobre a ditadura militar no Brasil. Essa fase da nossa história começou há exatos 61 anos, em primeiro de abril de 1964.

Perseguições, torturas e assassinatos. Um país silenciado pela censura, que impedia a população de saber o que acontecia nos gabinetes e porões da ditadura. O resgate da história do ex-deputado Rubens Paiva, até hoje desaparecido, lança luz para os crimes cometidos pelos que deram o golpe de estado no país.

E nada como a arte – música, filmes e livros – para ajudar as novas gerações a entender tudo o que aconteceu, ainda mais depois que investigações da Polícia Federal revelaram um plano de golpe de estado que seria dado após a eleição do presidente Lula em 2022.

No cinema, centenas de filmes brasileiros já contaram um pouco dessa história. Um deles, do cineasta mineiro Helvécio Ratton, narra a vida de Frei Tito, um dos dominicanos torturados violentamente pela ditadura no país.

O filme Batismo de Sangue, de 2007, mostra a face cruel dos militares, como conta Helvécio.

“O cinema tem um papel importante a cumprir nessa parte da nossa história, revelando coisas que não foram mostradas. No caso, por exemplo do ‘Batismo de sangue’, a gente fez uma reconstituição de época minuciosa, que mergulha no que foi os porões da tortura. A tortura acontecia não porque havia um bando de psicopatas e pervertidos que gostavam de bater nas pessoas e torturavam. Não. A tortura foi usada como método de arrancar informações e com isso combater as forças de oposição à ditadura.”

Na literatura, há muito material sobre a violência cometida pelos agentes de estado. O próprio filme “Ainda estou aqui” é a adaptação do livro do filho de Rubens Paiva, o escritor Marcelo Rubens Paiva.

O jornalista e ex-deputado Emiliano José, que também foi preso, torturado e perseguido pela ditadura, contou essa história na maior parte de seus 21 livros. Entre eles, as biografias de Marighella e Lamarca, duas das principais lideranças de oposição mortas pela ditadura. Seu livro sobre Lamarca, inclusive, foi a base do roteiro do filme de Sérgio Resende sobre o capitão que combateu e foi morto pela repressão militar.

Para Emiliano José, a retomada de filmes sobre esse período é fundamental para que a sociedade não se esqueça dos males da ditadura.

“Ainda nós temos muito para contar sobre a ditadura, é uma mínima contribuição sobre o significado daquele período de terror que ainda não foi devidamente elucidado. É um trabalho ainda que temos pela frente, necessário e fundamental. Lembrar para que jamais se repita. Um filme como o do Walter Salles entusiasma outras iniciativas para que a gente não permita o esquecimento.”

Outros filmes e livros continuam sendo produzidos para preservar a memória e a verdade sobre a ditadura brasileira. Um deles é “A batalha da Rua Maria Antônia”, com direção de Vera Egito. O filme conta a história da resistência do movimento estudantil contra a repressão e estreou na semana passada nos cinemas de todo o país.
 

Tanques no golpe de 1964_Rio Tanques no golpe de 1964_Rio
© 1992 ACCUSOFT INC, ALL RIGHTS RESERVED
Direitos Humanos Perseguições, torturas e assassinatos marcaram esse período sombrio. Brasília 01/04/2025 - 09:18 Roberta Lopes / Rilton Pimentel Gésio Passos – Repórter da Rádio Nacional Ditadura Militar tortura Ainda Estou Aqui Oscar Helvécio Ratton Emiliano José terça-feira, 1 Abril, 2025 - 09:18 5:08

Continuar lendo ...
Ads 728x90

QR Code

Para ler no celular, basta apontar a câmera