07/04/2025 às 19:00
No primeiro evento do dia, estudantes e ex-estudantes vão recolocar uma placa em tributo a Herzog. Em 1975, depois da morte do jornalista, uma sala do então Diretório Acadêmico de Biblioteconomia e Comunicação recebeu uma placa e foi renomeada pelos estudantes com o nome de Herzog. Não durou nem 24 horas.
“Percebi que poucas pessoas sabiam da existência do Vlado e dessa história que aconteceu na universidade. O pessoal mais velho sabia, mas os mais jovens, não. Houve um apagamento. Reunimos um grupo de jornalistas para discutir isso e ver como poderíamos homenagear o Vlado”, explica Márcia.
Também está previsto um debate sobre o papel de Vladimir Herzog na construção de um jornalismo ético, profissional e comprometido com a defesa da democracia e dos direitos humanos. Participam representantes do Diretório Acadêmico da Comunicação e do Centro Acadêmico de Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia, entre outros pesquisadores do tema.
Uma outra iniciativa de ex-alunos da Fabico/UFRGS é o lançamento de uma edição extra do jornal Lampião. A jornalista e pós-graduada em direitos humanos, Ana Barros Pinto, estudou na universidade na década de 1970 e explica que o periódico foi criado em março de 1976 com a ideia de combate à ditadura e à censura.
O jornal era distribuído entre os mais jovens, principalmente em ambientes universitários, e chegou a circular em outros estados. Mas teve vida curta, durou apenas 9 meses, alvo da repressão militar.
“Tivemos edições apreendidas e fomos informados que havia um processo contra nós. Fomos chamados para interrogatório na Polícia Federal. E o jornal parou de funcionar. Tivemos de sair de Porto Alegre, porque era muito perigoso. Temíamos pela nossa integridade física”, conta Ana Barros.
Os eventos na UFRGS buscam manter viva a memória e as reflexões do período militar, em um momento que novas ameaças à democracia ganham força.
“Relembrar Vladimir Herzog é relembrar o horror e a barbárie da ditadura militar. A gente imaginava que fosse página virada e descobriu que parte da sociedade brasileira defende a ditadura, que executou muitas pessoas. E o nosso lema é Para que Não Se Esqueça, Para que Nunca Mais Se Repita. Ditadura Nunca Mais!”, diz Ana Barros.
Data: 8 de abril de 2025
Horário: 9h às 11h30
Local: Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2.705 – Auditório 1 - Bairro Santana – Porto Alegre – RS
Data: 8 de abril de 2025
Horário: 18h
Local: Espaço Amelie. Rua Vieira de Castro, 439 - Farroupilha- Porto Alegre - RS
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