18/04/2025 às 09:21
A campanha nacional de vacinação contra a influenza começou nesta semana, com meta de imunizar 90% do grupo prioritário, que inclui crianças de 6 meses até 6 anos, idosos e gestantes. Esse vírus, que é sempre lembrado por causar a gripe, também pode agravar doenças fatais.
O médico infectologista Antônio Bandeira, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia e descobridor do Zika vírus no Brasil, explica que a influenza causa processos inflamatórios pelo corpo e pode alterar a viscosidade do sangue: “Você observou que, após a influenza e, às vezes, durante a influenza também, o organismo pode produzir uma série de substâncias anti-inflamatórias que acabam tendo um efeito nocivo do sistema cardiovascular. Mas as complicações cardiovasculares não eram tão observadas como hoje a gente está observando. As complicações mais comuns são infecciosas mesmo, são pneumonias bacterianas que provocam infecções de ouvido. Agora, as complicações cardiovasculares da influenza são infarto agudo do miocárdio, que pode acontecer durante o período da gripe, ou logo após, descompensações cardíacas, descompensação do diabetes e AVC.”
Não é comum que vírus cause estas doenças. Ele tende a piorar a condição de quem já tem problemas cardiovasculares. Apesar da gravidade, 70% da população acima dos 40 anos não sabe que a gripe pode ter esses efeitos colaterais, segundo uma pesquisa da farmacêutica Sanofi feita com duas mil pessoas no ano passado, cerca de 84% dos entrevistados dizem saber que há riscos em não tomar a vacina, mas não souberam dizer quais: “A grande parte das pessoas pensa muito mais na complicação da influenza, como uma complicação só respiratória, que é a influenza grave. Que causa uma síndrome respiratória aguda grave. Mas a maior parte das pessoas não sabe dessas outras complicações. A vacina da influenza reduzindo as taxas de doença para o indivíduo é muito bom, porque ele toma a vacina e se previne da influenza e se previne, exatamente, se tivesse influenza, ele poderia ter uma série de outras complicações.”
A Secretaria de Saúde da Bahia já distribuiu mais de 1,5 milhão de doses para as pessoas que estão nos grupos prioritários. Além de idosos, crianças entre 6 meses e 6 anos, gestantes e puérperas, também podem se vacinar de graça pelo SUS os trabalhadores da saúde, professores, indígenas, profissionais da segurança e outros grupos, que podem ser consultados no site da Sesab. Após a imunização deste público, novas categorias podem ser inseridas na lista. A dose disponibilizada neste ano contém proteção para as cepas H1N1, H3N2 e B.
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