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"Papa Francisco entra na plenitude da vida", diz deputado Reimont

Rádio Agência

21/04/2025 às 15:06

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Instituições e autoridades se manifestaram a respeito da morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21).

No Repórter Nacional, o jornalista Daniel Ito conversou com o deputado Reimont (PT-RJ), padre franciscano licenciado e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

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Daniel Ito: Deputado Reimont, qual é o legado que o papa Francisco deixa depois de 12 anos à frente da Igreja Católica?

Deputado Reimont: Esse dia para nós é um misto de tristeza e também de aumento de responsabilidades. Porque nós hoje nos despedimos do papa Francisco, e eu gosto de me referir a essas pessoas como o papa Francisco, nesse dia, não como alguém que morre, mas como alguém que entra na plenitude da vida. Alguém que conclui a sua carreira com uma expressão de tarefa cumprida, alguém que cumpre a sua missão deixando um legado que jamais a humanidade irá esquecer. Esse é o papa Francisco. É um dia de tristeza para nós, mas como eu disse, também é uma tristeza misturada com uma alegria responsável, porque o legado do papa Francisco precisa de permanecer entre nós para o bem da humanidade.

Papa Francisco fala a fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano05/05/2024 Vatican Media/Divulgação via REUTERS Papa Francisco fala a fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano05/05/2024 Vatican Media/Divulgação via REUTERS
Papa Francisco fala a fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano 05/05/2024 - Vatican Media/Divulgação

Daniel Ito: É um pontífice que inspira futuras presenças ali no Vaticano, futuras lideranças da Igreja Católica. Como o senhor caracterizaria esse período do papa Francisco para a Igreja Católica?

Deputado Reimont: No dia da eleição do papa Francisco, eu era vereador na capital do Rio de Janeiro, e quando anunciam a eleição do papa e já anunciam dizendo que ele assumiria o nome de Francisco, eu de súbito levantei da minha bancada, fui ao microfone e falei: "Que alegria termos conosco um papa que escolhe esse nome." Esses 12 anos do papado de Francisco impõem à igreja um caminho que, no meu entendimento, é um caminho sem volta, por mais que a gente ainda tenha muita dissonância entre o que a gente considera a cabeça da igreja — que era o Papa Francisco — e o seu corpo, porque a gente ainda permanece num espaço de muito conservadorismo.

(Francisco) É um papa progressista, um papa que lida com temas mais atuais da humanidade, lida com o tema dos migrantes, lida com o tema dos conflitos armados, da busca por uma solução pacífica, com o tema do combate à fome, com o tema dos direitos humanos, com o tema do acolhimento a toda diversidade. Com o tema ambiental, com o cuidado com a Mãe Terra. Esse é o Papa Francisco, sabe?

Então, eu acho que o legado de Francisco é esse legado. A igreja, no meu entendimento, ela não tem condições de voltar atrás, porque a gente espera que o novo papa a ser eleito no Conclave, que se abrirá logo depois do velório, certamente leve consigo a responsabilidade de continuar essa pauta humanitária que o papa Francisco tanto trouxe para nós.

Daniel Ito: Deputado Reimont, o senhor tem uma ligação tanto com a Igreja Católica, já que é padre licenciado franciscano, quanto com a as questões políticas, como deputado federal em Brasília. Como o senhor enxerga essa condução da Igreja Católica pelo papa Francisco diante de um cenário global de ascensão de extrema direita e de fascismo em muitos países? E qual é a perspectiva que temos a partir de agora com a passagem do papa Francisco e a expectativa por um novo papa?

Deputado Reimont: O Papa Francisco é essa pessoa, sabe? Que muitos de nós amávamos, amamos e continuaremos amá-lo. Mas ele também colocou um ponto de inflexão na humanidade, de certa forma, nesse tempo em que a extrema direita avança, onde algumas pessoas inclusive dentro do próprio seio da igreja ou das igrejas ou das religiões, quaisquer que sejam elas, conseguem coadunar religião, a ligação entre a humanidade e Deus, por exemplo, à indústria armamentista e o aumento da desigualdade. O papa Francisco foi o homem que disse que não dá para conciliar esse caminho religioso, um caminho de construção de encontro com o divino, seja ele católico cristão, ou seja cristão de outra denominação, ou seja de qualquer outra das grandes ou das religiões que existem no mundo inteiro, não dá para gente dar as mãos à extrema direita, que muitas vezes tá ligada a dimensões do fascismo, do nazismo.

Papa Francisco realiza sua audiência geral semanal no Vaticano Papa Francisco realiza sua audiência geral semanal no Vaticano
Papa Francisco realiza sua audiência geral semanal no Vaticano - Simone Risoluti/Vatican Media/Direitos reservados

Podemos trazer um pouco para as questões que a gente vive também no Brasil e no mundo. A questão dos preconceitos, a questão da homofobia, do desrespeito às pessoas que pensam diferente, das pessoas que dialogam de maneira distinta da gente, que têm religiões distintas, que têm orientação sexual diferente, identidade de gênero diferente. Então, o Papa Francisco é esse homem. E para dentro da igreja também, das igrejas, das religiões, nós também temos que fazer alguns enfrentamentos. Porque a igreja ou as igrejas ou as religiões, elas existem no mundo. E o mundo influencia as igrejas e as religiões. A gente também tem que continuar fazendo o bom debate, o bom combate também dentro das nossas paredes, dentro das nossas igrejas, dentro das nossas religiões.

"Viva o papa Francisco, viva Francisco de Assis, viva a humildade, viva a simplicidade, porque são elas que contam. E é por isso que o papa Francisco não morreu. O papa Francisco está vivo, está na plenitude da vida." 

Rio de Janeiro (RJ), 20/04/2023 - O deputado federal Reimont (PT) na comemoração dos 100 anos da Rádio MEC, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no Teatro da Caixa Nelson Rodrigues. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 20/04/2023 - O deputado federal Reimont (PT) na comemoração dos 100 anos da Rádio MEC, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no Teatro da Caixa Nelson Rodrigues. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil
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