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Abrigo de indígenas no Centro de João Pessoa tem suspeita de surto de leptospirose

G1 PB

24/04/2025 às 18:55

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Local abriga quase o dobro da capacidade prevista e além das doenças também enfrenta condições sanitárias extremamente precárias. Indígenas denunciam que fossa entupida no abrigo estaria relacionada a casos de doenças recentesReproduçãoUm abrigo de indígenas venezuelanos da etnia warao, localizado no Centro de João Pessoa, está sob suspeita de um surto de leptospirose. A denúncia partiu dos próprios moradores do abrigo, que relatam condições sanitárias extremamente precárias, superlotação e casos crescentes de doenças infecciosas. A Secretaria de Saúde de João Pessoa confirmou cinco casos de leptospirose entre moradores do local e outros seguem em investigação. Indígenas venezuelanos estão em abrigo superlotado e com problemas de estrutura em João PessoaNo dia 16 de abril, uma ação conjunta foi realizada no abrigo por equipes da Secretaria de Saúde de João Pessoa. A mobilização ocorreu após o diagnóstico de leptospirose em duas mulheres venezuelanas, irmãs, que foram internadas com sintomas graves da doença.Durante a operação, foram realizadas 55 avaliações clínicas, 17 atendimentos médicos e 10 coletas laboratoriais. A Secretaria de Saúde de João Pessoa informou que 21 pessoas apresentaram sintomas compatíveis com doenças como leptospirose e arboviroses. Desse quantitativo, cinco casos de leptospirose e três de dengue foram confirmados. Ainda segundo a Saúde de João Pessoa, esse número pode sofrer alterações nos próximos dias, uma vez que ainda há exames em análise no laboratório de referência.Segundo o líder do abrigo do Centro e intermediador cultural, Ramón Gomez, outros moradores também foram internados recentemente devido às más condições sanitárias do prédio, entre eles, dois adolescentes e uma criança, que foram levados para hospitais da capital paraibana, como Arlinda Marques e Cândida Vargas. Ainda segundo Ramón, quatro familiares (sendo esposa, filho, sogra e cunhada), também apresentaram sintomas de leptospirose.A Secretaria de Saúde de João Pessoa informou que, entre os casos de leptospirose já confirmados, nenhum dos pacientes permanece internado.De acordo com o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), responsável pelo abrigo, disse que o local originalmente comportaria cerca de 50 pessoas, atualmente abriga quase o dobro desse número. A superlotação tem sido apontada por representantes da Pastoral Warao como um fator que agrava a situação sanitária e aumenta a vulnerabilidade do grupo a doenças infecciosas.Os moradores do abrigo reclamam que estão convivendo com a insegurança sanitária e temem novos surtos de doenças. Afirmam inclusive que a fossa do local está com problemas. “Coisa muito séria. O problema que está acontecendo é que a fossa está cheia há meses. Está causando doenças. Situação muito grave, preocupante e me dá medo”, declarou o cacique Ramón.Uma denúncia sobre a situação sanitária do local que abriga os indígenas e a recorrência de doenças possivelmente ocasionadas pela falta de infraestrutura adequada do ambiente foi protocolada no Ministério Público Federal (MPF) nesta quinta-feira (24). Questionada pelo g1, a SPM disse que o problema não se trata de um estouro da fossa, mas sim de um entupimento causado pela sobrecarga do sistema de esgoto. A entidade informou que o serviço de desobstrução está agendado para a sexta-feira (25), após atraso decorrente de um problema no repasse de recursos por parte do governo estadual.A Pastoral também afirmou que sua atuação no abrigo está restrita ao fornecimento de alimentação, materiais de higiene e apoio com aluguéis, cabendo à Prefeitura de João Pessoa a responsabilidade pelas ações de saúde pública. Ainda ao g1, a SPM informou que deve fazer ações emergenciais no local onde funciona o abrigo e estão buscando um espaço novo para abrigar os indígenas. Além disso, a SPM afirmou que irá fazer melhorias sanitárias, elétricas e de infraestrutura no abrigo.Uma equipe da Vigilância Sanitária municipal esteve no local e realizou vistoria completa no imóvel. Um relatório técnico está em fase de elaboração e deverá nortear as próximas ações de controle e prevenção de doenças. Não foi informado o prazo para esse relatório ser concluído.Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

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