24/04/2025 às 17:25
O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) entraram com uma ação contra o estado da Bahia pedindo R$ 6,8 milhões de indenização pelo assassinato de um indígena de 14 anos, em 2022. A ação também inclui a tentativa de homicídio de outros 13 indígenas, da etnia Pataxó, que vivem na terra Comexatibá, no município do Prado, extremo sul do estado.
Os órgãos apontam que o ataque, cometido por três policiais contratados por um fazendeiro, é consequência da omissão do estado em evitar o uso ilegal de policiais militares como seguranças privados e em garantir a proteção dos indígenas em áreas de conflito.
Segundo relatos da época, ao menos 12 homens armados entraram no território disparando mais de cem tiros, além de lançar granadas de gás lacrimogêneo. O adolescente foi morto pelas costas, com um disparo de fuzil.
No território Comexatibá vivem mais de 700 indígenas. A área foi delimitada pela Funai há dez anos, mas até hoje a demarcação não foi concluída, e fazendeiros continuam no local.
A reportagem tentou contato com o governo da Bahia, mas ainda sem retorno.
No mês passado, cerca de 300 indígenas do sul da Bahia estiveram em Brasília reivindicando a demarcação dos territórios. Enquanto eles participavam de audiências na capital, uma casa Pataxó foi queimada na terra Comexatibá. No mesmo período, outro jovem indígena foi assassinado por pistoleiros na terra Barra Velha do Monte Pascoal, também na Bahia.
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