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Itabuna

Protesto em Itabuna: 300 Indígenas pedem reconhecimento da inocência de Tehiana Pataxó

No dia do acidente, Tehiana Pataxó estava ao volante de uma caminhonete Hilux, pertencente a Renato Santos Rocha

Da Redação Repórter PB

30/07/2024 às 16:57

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Imagem Protesto de Indígenas em Itabuna/BA

Protesto de Indígenas em Itabuna/BA ‧ Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

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Itabuna, BA – Uma mobilização significativa envolvendo cerca de 300 indígenas está acontecendo em frente ao presídio de Itabuna, na Bahia. Eles reivindicam justiça e o reconhecimento da inocência de Tehiana Tehiana Gomes de Freitas Pataxó. Tehiana foi condenada a 13 anos de prisão em regime fechado, sendo apontada como a principal responsável por um acidente fatal que resultou na morte do menino Enzo Gabriel Oliveira dos Santos em 2021, na cidade de Pau Brasil, Bahia.

No dia do acidente, Tehiana Pataxó estava ao volante de uma caminhonete Hilux, pertencente a Renato Santos Rocha, que estava no banco do carona. Segundo testemunhas e confissões públicas, Renato admitiu ter puxado o volante do veículo, fazendo com que ele se chocasse contra uma calçada e, consequentemente, causasse a morte do jovem Enzo. Mesmo com a confissão de culpa por parte de Renato, Tehiana foi a única a receber uma sentença severa de 13 anos de prisão.

Renato Santos Rocha, por outro lado, recebeu uma pena relativamente leve de 2 anos de detenção em regime aberto, além da suspensão de sua habilitação por 2 anos e oito meses. A disparidade nas sentenças levantou sérias questões sobre a justiça do julgamento e um possível viés discriminatório contra Tehiana, uma mulher indígena de origem humilde.

Os manifestantes indígenas, junto com membros da comunidade e defensores dos direitos humanos, alegam que a justiça baiana cometeu um grave erro no julgamento de Tehiana. Eles argumentam que a responsabilidade do acidente foi injustamente atribuída a ela, apesar da confissão de culpa por parte de Renato.

A União Nacional Indígena destacou que a desproporcionalidade das sentenças reflete não apenas um erro judicial, mas também um possível preconceito sistêmico contra os povos indígenas. Segundo os manifestantes, a severa punição imposta a Tehiana é um reflexo do tratamento injusto e discriminatório que muitas vezes é enfrentado por indígenas no sistema de justiça brasileiro.

Os manifestantes em Itabuna estão pedindo uma revisão do caso e a libertação imediata de Tehiana Pataxó. Eles enfatizam que a luta por justiça não é apenas por Tehiana, mas também uma luta mais ampla contra a discriminação e a injustiça sistêmica enfrentada pelos povos indígenas em todo o país.

A mobilização continua a ganhar força, com mais pessoas se juntando ao protesto e aumentando a pressão sobre as autoridades judiciais para reavaliar a sentença de Tehiana. A União Nacional Indígena prometeu continuar a luta até que a justiça seja feita.

 

Fonte: Repórter PB

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