19/12/2024 às 18:46
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça Federal um morador de Campinas que tentou exportar para a Alemanha 73 aranhas, popularmente conhecidas como caranguejeiras, sem autorização da autoridade ambiental competente. O homem também mantinha dentro de casa 364 espécies da fauna brasileira e 138 oriundas de outros países, entre aranhas, escorpiões e cobras, incluindo algumas consideradas em perigo de extinção. Os animais silvestres eram anunciados em um grupo do Whatsapp e vendidos tanto no mercado nacional como internacional.
Os crimes foram descobertos em outubro de 2023, quando o pacote com as caranguejeiras foi encontrado por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Setor de Remessa Postal Internacional dos Correios, em São Paulo. Porém, o nome usado pelo criminoso para enviar a mercadoria era falso.
As investigações conduzidas pelo MPF permitiram chegar ao verdadeiro remetente da encomenda. Por meio do Núcleo Técnico de Combate aos Crimes Cibernéticos, o órgão conseguiu identificar o endereço IP do computador utilizado para acessar o código de rastreio dos Correios.
Na casa do suspeito em Campinas, foram encontrados mais de 500 animais silvestres. Entre as espécies brasileiras, estavam diversas serpentes, incluindo caninana, falsa coral e diferentes tipos de jiboia, além de escorpiões, lacraias, um papagaio verdadeiro e mais de 300 aranhas caranguejeiras. O denunciado também mantinha em cativeiro animais exóticos, entre os quais o chamado escorpião-imperador e a lagartixa leopardo, e possuía caixas com cerca de 100 baratas dos tipos Red Runner e de Madagascar.
O homem foi preso em flagrante e agora denunciado pelo MPF por crimes contra a fauna, previstos na Lei 9.605/98. Ele é acusado de exportar e manter em cativeiro animais silvestres sem autorização da autoridade ambiental competente, conduta agravada pelo fato de envolver espécies ameaçadas de extinção. A denúncia do MPF inclui, ainda, o crime de falsidade ideológica, visto que o acusado utilizou documento falso para enviar as aranhas pelos Correios sem ser identificado.
Fonte: Ascom
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