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Brasil registra aumento de 25% na população em situação de rua em 2024

Desde 2013, quando o país registrava 22.922 pessoas nessa condição, o número saltou 14 vezes

Da Redação Repórter PB

03/01/2025 às 14:30

Imagem Especialistas atribuem o aumento da população em situação de rua à ausência de políticas públicas robustas nas áreas de habitação

Especialistas atribuem o aumento da população em situação de rua à ausência de políticas públicas robustas nas áreas de habitação ‧ Foto: Reprodução Unifesp

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O número de pessoas vivendo em situação de rua no Brasil cresceu 25% em um ano, de 261.653 em dezembro de 2023 para 327.925 em dezembro de 2024. O dado, divulgado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS-UFMG), revela uma alta expressiva em relação aos últimos anos e alerta para desafios na formulação de políticas públicas.

Desde 2013, quando o país registrava 22.922 pessoas nessa condição, o número saltou 14 vezes. A expansão, segundo especialistas, reflete tanto o agravamento da vulnerabilidade social quanto a maior eficácia na identificação dessa população por meio do Cadastro Único (CadÚnico).

A Região Sudeste concentra 63% das pessoas em situação de rua, com 204.714 indivíduos, seguida do Nordeste (47.419, ou 14% do total). São Paulo lidera entre os estados, registrando 139.799 pessoas, alta de 30% em relação ao ano anterior.

“A situação de São Paulo é emblemática. Em 2013, eram 10.890 pessoas em situação de rua; hoje, o número é 12 vezes maior”, explicou André Luiz Freitas Dias, coordenador do OBPopRua. Além de São Paulo, destacam-se os números do Rio de Janeiro (30.801) e Minas Gerais (30.244).

O levantamento também apontou que 70% das pessoas em situação de rua não concluíram o ensino fundamental, e 11% são analfabetas, o que dificulta a inserção no mercado de trabalho.

Robson César Correia de Mendonça, do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, destacou a contradição entre o aumento da população de rua e o alto número de imóveis vazios na cidade. O Censo de 2022 do IBGE registrou cerca de 590 mil propriedades desocupadas na capital paulista, contra 92.556 pessoas sem teto na mesma região.

“Se esses imóveis fossem convertidos em moradias populares, resolveríamos grande parte do problema. É uma solução mais econômica do que manter albergues e outras ações paliativas”, criticou Mendonça.

Especialistas atribuem o aumento da população em situação de rua à ausência de políticas públicas robustas nas áreas de habitação, educação e emprego. Apesar do fortalecimento do CadÚnico, que ajuda a mapear a vulnerabilidade social, medidas estruturantes ainda são escassas.

“Estamos falhando em oferecer uma solução definitiva. Sem moradia, trabalho e educação, a tendência é que esse número continue a crescer”, alertou André Dias.

Fonte: hora brasília

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