10/01/2025 às 17:27
O preço da carne bovina registrou um aumento médio de 20,4% em 2024, marcando o maior salto desde o início da pandemia de COVID-19 em 2020, quando o acréscimo foi de 17%. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o impacto foi sentido tanto em cortes populares quanto em opções nobres, refletindo uma crise de oferta no mercado interno.
Os cortes mais consumidos pelas famílias brasileiras foram os que mais subiram de preço. O acém, por exemplo, teve alta de 25,2%, seguido pelo patinho (24,1%) e pela pá (22,9%). Já cortes como a costela (21,3%) e a alcatra (21%) também acompanharam o aumento expressivo. Entre os cortes nobres, o filé-mignon subiu 18,5%, enquanto a picanha ficou 8,7% mais cara.
Economistas explicam que o aumento no preço da carne bovina é resultado de um desequilíbrio entre oferta e demanda, causado por dois fatores principais:
Redução do rebanho bovino: O número de cabeças de gado caiu pelo segundo ano consecutivo, pressionando a oferta de carne no mercado interno.
Crescimento das exportações: A retomada das compras pela China, maior importadora da carne brasileira, foi um dos principais motores da alta, reduzindo a disponibilidade de proteína animal para o consumidor brasileiro.
“Com uma menor oferta de carne no mercado doméstico e uma demanda crescente no exterior, os preços acabaram disparando. Isso prejudica diretamente as famílias brasileiras, especialmente as de menor renda, que já enfrentam dificuldades para acessar a proteína bovina”, explica um especialista em agronegócio.
Comparação com anos anteriores
O aumento registrado em 2024 é o mais alto em quatro anos. Em 2023, os preços caíram 9% devido à interrupção temporária das exportações para a China. No entanto, o retorno do país asiático como principal comprador reverteu a tendência de queda e impulsionou os preços para novos patamares.
Histórico de variações no preço da carne bovina:
2020: Alta de 17%, devido à pandemia;
2021: Incremento moderado de 8,45%;
2022: Crescimento de apenas 1,8%;
2023: Queda de 9%, pela suspensão temporária de exportações.
O aumento no preço da carne bovina está pesando no bolso das famílias, que cada vez mais têm buscado substituir a carne vermelha por alternativas mais acessíveis, como frango, ovos e até proteínas vegetais. No entanto, essas opções também registraram aumentos, embora em menor escala, o que agrava o cenário de inflação alimentar no país.
A alta da carne bovina em 2024 escancara os desafios econômicos enfrentados por milhões de brasileiros, pressionando ainda mais o orçamento doméstico e ampliando a desigualdade no acesso à alimentação de qualidade.
Fonte: Repórter PB
Para ler no celular, basta apontar a câmera