“Não há bala de prata para reverter queda na aprovação de Lula”, diz Folha

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que não há soluções rápidas ou milagrosas para reverter a queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), registrada na pesquisa Quaest. Segundo ele, o governo tem consciência dos desafios e está trabalhando em medidas estruturais para enfrentar temas sensíveis, como a inflação dos alimentos e o ambiente econômico.

Quem pensa em truques, quem pensa em bala de prata sobre isso, em geral colhe um resultado negativo. Não é a primeira vez que a gente governa o país”, declarou Padilha, ressaltando que Lula já vinha cobrando da equipe soluções concretas para os problemas apontados pela população.

A pesquisa Quaest mostrou que, pela primeira vez no atual mandato, a avaliação negativa do governo superou a positiva. O maior impacto ocorreu entre eleitores de baixa renda, diretamente afetados pelo aumento dos preços dos alimentos. Padilha reconheceu o problema e destacou que a equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad, trabalha para estabilizar o câmbio e conter os impactos da inflação.

"Além disso, o governo aposta na recuperação dos estoques reguladores de alimentos e em medidas de estímulo à produção agrícola para evitar novas altas de preços. “Temos experiência suficiente para manter a economia no rumo certo e reafirmamos nosso compromisso com políticas que garantam segurança alimentar”, disse Padilha.

Para fortalecer a governabilidade e impulsionar medidas que ajudem a reverter a queda de popularidade, o governo pretende priorizar a reforma do Imposto de Renda no Congresso. O texto está sendo finalizado pelo Ministério da Fazenda e a expectativa é de que seja aprovado ainda este ano.

Outras pautas incluem estímulo ao empreendedorismo, combate a crimes no ambiente digital e a PEC da Segurança, que busca melhorar a cooperação entre União, estados e municípios no enfrentamento da violência.

Padilha minimizou ruídos na base governista e afirmou que, apesar da fragmentação de partidos aliados, a maioria tem sido decisiva na aprovação de pautas prioritárias. O ministro também reforçou a confiança na relação com os novos presidentes da Câmara e do Senado, que serão eleitos neste sábado (1º).

Sobre 2026, ele garantiu que Lula está determinado a disputar a reeleição e rejeitou especulações sobre a saúde do presidente. “A melhor forma de defender este governo é sendo candidato, e tenho certeza de que Lula chegará forte para esse desafio”, afirmou.

Fonte: hora brasília