13/03/2025 às 11:55
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao Congresso Nacional um pedido de alteração no projeto do Orçamento de 2025 para incluir gastos com aliados políticos, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e projetos ligados ao centrão. A proposta prevê um remanejamento de R$ 40 bilhões, com cortes em programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. A informação é do jornal Estadão.
O MST deverá receber R$ 750 milhões, sendo R$ 400 milhões para aquisição de alimentos da agricultura familiar e R$ 350 milhões para o Fundo de Terras e da Reforma Agrária. A destinação dos recursos ocorre poucos dias após Lula visitar um acampamento do movimento em Minas Gerais, onde recebeu críticas de integrantes do MST.
Além do MST, o governo direcionou R$ 1 bilhão para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 3 bilhões para o pagamento do Auxílio Gás. O abono salarial e o seguro-desemprego também terão reforços, com R$ 183 milhões adicionais destinados ao benefício para trabalhadores de baixa renda.
Lideranças do centrão também foram contempladas no Orçamento. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), sob controle do PP e do Avante, receberá um aumento de R$ 40 milhões. Já o Ministério dos Esportes, comandado por André Fufuca (PP-MA), terá um acréscimo de R$ 300 milhões para infraestrutura esportiva.
Para acomodar esses gastos, o governo propôs cortes significativos no Bolsa Família, totalizando R$ 7,7 bilhões. O Ministério do Planejamento justificou a redução alegando que o número de beneficiários foi revisto para eliminar fraudes e pagamentos indevidos.
Outros cortes incluem:
. R$ 80,5 milhões no Minha Casa Minha Vida;
. R$ 850 milhões no programa de apoio às exportações (Proex);
. R$ 596 milhões no Fundo Nacional da Cultura.
O Programa Pé-de-Meia, que repassa valores a estudantes do ensino médio, ficou fora dos cortes.
A proposta foi enviada pelo Ministério do Planejamento à Comissão Mista de Orçamento (CMO) e ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na última terça-feira (11). A expectativa é que o Orçamento de 2025 seja votado na próxima semana.
A decisão do governo de priorizar aliados políticos em detrimento de programas sociais pode gerar embates no Congresso, especialmente entre parlamentares da oposição, que já criticam a redistribuição de recursos.
Fonte: hora brasília
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