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Erika Hilton recebe visto dos EUA com gênero masculino e denuncia na ONU: “Violência e desrespeito”

A parlamentar, que é mulher trans e reconhecida como tal em todos os seus documentos no Brasil

Da Redação Repórter PB

16/04/2025 às 14:14

Imagem Deputada Federal, Erika Hilton

Deputada Federal, Erika Hilton ‧ Foto: rede social

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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) anunciou que irá acionar os Estados Unidos na ONU e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos após receber um visto diplomático com identificação de gênero masculino, o que, segundo ela, representa ‘um caso explícito de transfobia institucional e uma violação à sua documentação civil brasileira’.

A parlamentar, que é mulher trans e reconhecida como tal em todos os seus documentos no Brasil, afirma ter apresentado sua certidão de nascimento retificada e passaporte diplomático, ambos com o gênero feminino, no processo de solicitação do novo visto. Ainda assim, o documento expedido pelos EUA a identificava como “sexo masculino”.

“Não se trata apenas de transfobia. É um ato de desrespeito diplomático, é rasgar um documento oficial do meu país sem qualquer pudor ou compromisso. Me senti violada e desrespeitada. Isso ultrapassa o debate identitário: é um ataque à soberania brasileira sobre seus próprios registros civis”, afirmou a deputada.

O caso chama ainda mais atenção porque, em 2023, Erika recebeu um visto dos EUA com gênero feminino. A mudança ocorreu em 2025, coincidentemente após a posse do presidente Donald Trump, cuja gestão é marcada por posições conservadoras.

Logo no primeiro dia de seu novo mandato, Trump assinou uma ordem executiva que proíbe o reconhecimento de identidades de gênero fora do binarismo homem/mulher, exigindo que formulários do governo federal sigam esse padrão rígido. Além disso, sua administração suspendeu a emissão de passaportes com a marcação de gênero “X”, criada no governo Biden para atender pessoas não binárias.

Erika afirma que em nenhum momento preencheu qualquer informação que justificasse a alteração e que ‘desistiu de participar de um evento nos Estados Unidos por medo de constrangimento e tratamento discriminatório nas autoridades de imigração’.

“Não aceitei me submeter a essa violência. Ainda que fosse uma missão oficial da Câmara, achei que não merecia passar por isso, mesmo perdendo uma atividade da qual gostaria muito de participar.”

A deputada pediu que o Itamaraty convoque o embaixador dos Estados Unidos no Brasil para prestar esclarecimentos. Até o momento, a Embaixada dos EUA não se manifestou sobre o ocorrido.

“Não é apenas sobre mim. É sobre como um Estado trata representantes eleitas democraticamente, com base em sua identidade. A embaixada violou a confiança no sistema internacional ao desconsiderar os registros de outro Estado soberano”, afirmou Erika.

Fonte: Hora Brasilia

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