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Exame de suficiência do CFC: descompasso curricular eleva índice de reprovação, diz ex-presidente do CRC-PB

O exame do CFC desafia os candidatos com 50 questões objetivas (de múltipla escolha) e um mínimo de acerto de 50%, ou seja, 25 questões.

Da Redação Repórter PB

22/04/2024 às 17:00

Imagem Ex-auditor do TCE-PB, ex-presidente do CRC-PB perito e professor Elinaldo Barbosa

Ex-auditor do TCE-PB, ex-presidente do CRC-PB perito e professor Elinaldo Barbosa ‧ Foto: Divulgação

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Prova ou exame, há controvérsias sobre constitucionalidade, elaboração e modo de aplicação. E os questionamentos aumentam quando, por exemplo, ocorre à distância (online) e quando o índice de reprovação se aproxima de 100%.

Os prejuízos são generalizados: para os indivíduos formados que veem suas carreiras profissionais estagnadas e passam a ser subaproveitados no mercado de trabalho; para os Conselhos Regionais de Contabilidade, que perdem receita pelos milhares de registros que deixam de ser feitos, para o Conselho Federal e também para a sociedade.

Nesse contexto e com voluntariedade em contribuir para reverter ou minimizar o extravagante índice de reprovação, o ex-auditor do TCE-PB, ex-presidente do CRC-PB perito e professor Elinaldo Barbosa fez importantes alertas e uma análise crítica sobre os desafios enfrentados pelos recém graduados no curso ao se depararem com o exame, durante entrevista concedida ao jornalista Cândido Nóbrega, cuja íntegra pode ser conferida clicando aqui.

O exame do CFC desafia os candidatos com 50 questões objetivas (de múltipla escolha) e um mínimo de acerto de 50%, ou seja, 25 questões. Ainda assim, no primeiro exame do ano passado, por exemplo, o índice de reprovação chegou a 83%. De 48.994 bacharéis em ciências contábeis inscritos apenas 6.743 candidatos foram aprovados na avaliação realizada na ocasião.

Modo EAD

Isso tem gerado profundos questionamentos profundos sobre a eficácia da formação acadêmica oferecida pelas instituições de ensino e a adequação dos conteúdos testados no exame às reais demandas do mercado de trabalho, sobretudo após a – no mínimo, inusitada – aplicação do exame pela empresa Consulplan no modo EAD durante a pandemia da covid-19.

Próxima, FGV

A prova para este ano está agendada para o próximo dia 30 de junho, das 10h às 14h (horário oficial de Brasília) e será elaborada e aplicada pela Fundação Getúlio Vargas, outrora referência em projetos na área da educação superior, pesquisa e consultoria, mas cujo faturamento em dezenas de milhões de reais tem sido questionado pelo Gaeco do MP-RJ, acerca de, em tese, práticas de corrupção e lavagem de dinheiro através de recursos financeiros desviados para empresas de fachada ligadas a diretores da instituição, com contas e offshores em paraísos fiscais, com registro de operações pela PF na sede e em suas casas e empresas.

Flagrante descompasso

Com uma trajetória profissional que atravessa diversas facetas da contabilidade e, portanto, muita experiência acumulada, o de sinalizou – evidente de um descompasso entre o currículo acadêmico e as competências exigidas pelo referido exame o, uma lacuna que contribui significativamente para o alto índice de reprovação. “

Não há uma coordenação entre o que é exigido na prova e o que é apresentado na grade curricular das universidades” afirmou Barbosa e destacou a necessidade urgente de revisão e atualização das grades curriculares para melhor alinhar a formação dos contadores às expectativas do mercado e às demandas do exame.

Mudança curricular

Segundo ele, a recente atualização da grade curricular do curso de ciências contábeis, promovida pelo MEC, é um reflexo dos esforços para ajustar essa desconexão. A iniciativa visa elevar a qualidade do ensino e preparar os futuros profissionais de contabilidade para superarem os desafios do exame de suficiência com maior eficácia.

Fonte: Repórter PB

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