04/01/2025 às 07:00
Pela primeira vez na história, a produção de alimentos aquáticos cultivados ultrapassou a captura de peixes selvagens, marcando um momento histórico no setor. De acordo com o relatório mais recente da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a produção global de alimentos aquáticos atingiu 223 milhões de toneladas métricas em 2022. Desse total, a aquicultura foi responsável por 51%, consolidando-se como a principal forma de produção de animais aquáticos no mundo.
Transformação e desafios do setor
O crescimento da aquicultura foi impulsionado, principalmente, pela produção em águas continentais, que já responde por 63% do total global. No entanto, o relatório da FAO aponta para a necessidade de uma gestão mais eficaz dos estoques pesqueiros selvagens, ressaltando que a sustentabilidade é um desafio que não pode ser ignorado.
“A ascensão da aquicultura representa um avanço significativo, mas não podemos descuidar dos ecossistemas marinhos e dos recursos naturais”, alertou um porta-voz da FAO. A organização reforçou a importância de práticas sustentáveis, tanto na pesca quanto na produção em cativeiro, para equilibrar o aumento da demanda global por alimentos aquáticos.
Protagonismo feminino no setor
Outro destaque revelado pelo relatório é a crescente participação das mulheres na indústria aquícola. Atualmente, elas representam 24% da força de trabalho no setor, com papel predominante nas atividades de processamento de pescados, onde são responsáveis por 62% do trabalho. Esse avanço reflete mudanças estruturais e sociais, com maior reconhecimento do papel das mulheres em toda a cadeia de produção.
Perspectivas para o futuro
A FAO acredita que o setor de aquicultura continuará a se expandir, especialmente em regiões da Ásia e da América Latina, onde as condições climáticas e hídricas são favoráveis ao cultivo de espécies aquáticas. Ao mesmo tempo, reforça que políticas públicas e incentivos à inovação tecnológica serão fundamentais para consolidar a sustentabilidade ambiental e econômica desse modelo de produção.
Fonte: Repórter PB
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