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Geração de Emprego

Sedap-PB planeja duplicar a produção de alevinos e o número de municípios atendidos pelo Programa de Piscicultura

Os números do programa, desenvolvido pelo Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), são possíveis graças ao planejamento, aos investimentos e à estrutura montada na Estação de Piscicultura de Itaporanga.

Por Redação do Reporterpb

25/03/2025 às 18:37

Imagem Sedap-PB planeja duplicar a produção de alevinos e o número de municípios atendidos pelo Programa de Piscicultura

Sedap-PB planeja duplicar a produção de alevinos e o número de municípios atendidos pelo Programa de Piscicultura ‧ Foto: Secom

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Desenvolver a piscicultura como meio de geração de emprego e renda para famílias de produtores rurais paraibanos é um dos objetivos do Programa de Expansão e Desenvolvimento da Aqüicultura em Águas Interiores do Estado da Paraíba, conhecido como Programa de Piscicultura. A meta para 2025 é duplicar a produção em relação ao ano passado, alcançando 10 milhões de alevinos, o que deve gerar 2 mil toneladas de pescado. Outro objetivo buscado é chegar até o final do ano a 100 municípios atendidos, quase o dobro de 2024, que foi 58.

Os números do programa, desenvolvido pelo Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), são possíveis graças ao planejamento, aos investimentos e à estrutura montada na Estação de Piscicultura de Itaporanga.

A unidade, juntamente com os dois berçários de peixes localizados no município de Patos e na localidade de Riachão de Araruna, reproduz os alevinos e faz a distribuição para peixamento de açudes de pequeno, médio e grande porte em toda a Paraíba.

O secretário de Estado de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Joaquim Hugo, ressalta que o Programa de Piscicultura é um dos carros-chefe da secretaria. Ele ressalta a sua importância como fonte de alimentação, geração de emprego e renda e conhecimento para famílias de diversas regiões da Paraíba. “A piscicultura responde por uma parcela importante da geração de emprego e renda para os produtores rurais. O trabalho desenvolvido na Estação de Piscicultura de Itaporanga é de excelência e os resultados obtidos a cada ano mostram o compromisso da Sedap com o desenvolvimento do setor”, comenta o secretário Joaquim Hugo.

Números positivos - No ano passado, a produção já conseguiu superar as metas previstas para o período. A projeção era produzir 5 milhões de alevinos, porém, atingiu-se a marca de 5,59 milhões, repassados, via doação, aos 1.506 produtores rurais inscritos no Programa de Piscicultura, gerando 805,4 toneladas de pescado.

De acordo com o gerente operacional da Piscicultura da Sedap-PB, o engenheiro de pesca Celso Carlos Duarte, o objetivo para 2025 é atingir a capacidade máxima de produção de 10 milhões de alevinos. “O que precisamos é que as chuvas continuem regulares. Precisamos de açudes com bom volume de água, que é o principal desafio para o bom desenvolvimento da piscicultura”, destacou. A estação, por exemplo, tem o abastecimento de água garantido pelo Açude Cachoeira dos Alves, que também garante o fornecimento para a cidade de Itaporanga.  

Os alevinos gerados da Estação de Piscicultura de Itaporanga são distribuídos para 3.280 açudes de pequeno, médio e grande porte no estado, resultando numa produção de pescado estimada em 1.118 toneladas, gerando uma receita bruta de R$ 4.473 milhões para os produtores da agricultura familiar, associações comunitárias e pescadores artesanais. Ou seja, cumprindo um dos objetivos do programa que é gerar emprego e renda. No caso da agricultura familiar, aproximadamente 15 mil famílias foram beneficiadas por meio do programa no ano passado, com o peixamento de 1.506 pequenos açudes.

Na Paraíba, o Programa de Piscicultura incentiva os produtores rurais a trabalharem, principalmente, com as seguintes espécies: tilápia, carpa, tambaqui e o curimatã comum. A tilápia responde pela maior parte da produção com quase 90%. No geral, são peixes que têm crescimento rápido à fase adulta, a alimentação é fácil e são mais resistentes à adaptação nos reservatórios e a suportar as variações de temperatura e a baixa taxa de oxigênio na água.

Produtores rurais satisfeitos - Os produtores rurais assistidos pelo Programa de Piscicultura são os maiores exemplos do seu êxito. É por meio das ações realizadas pela Sedap que há o peixamento em inúmeros açudes espalhados pela Paraíba e, com isso, a garantia de alimento na mesa e a criação de uma fonte de renda para famílias de pescadores individuais ou que integram associações.

João Costa, presidente da Associação Comunitária de Cacimba Nova, no município de Conceição, no Sertão, afirma que “a piscicultura é um grande projeto que leva comida e complemento de renda para produtores rurais, sobretudo os pequenos produtores, em várias regiões do Estado”. Ele comenta que “o programa trouxe alegria na vida das pessoas, porque elas sabem que traz resultado. As pessoas participam de uma ação de peixamento de um açude com um sorriso no rosto”.

O líder comunitário conta que acompanha o desenvolvimento do Programa de Piscicultura desde o seu nascimento há 39 anos. “A gente vê o resultado. Em 2018, por exemplo, foram dois milhões de alevinos produzidos e o número vem crescendo a cada ano. É um programa fundamental para uma quantidade enorme de famílias paraibanas”, ressalta.      

João Costa cita, como exemplo do êxito do programa, a captura de tambaqui na fase adulta no Açude Governador Wilson Braga, no Distrito de Montevideo, em Conceição, pesando mais de 25 quilos. “Eu acompanho e vejo todo o processo desde a produção dos alevinos, o peixamento e a pesca. Você vê o sorriso no rosto do produtor rural”, complementa.

Para o produtor rural Gedson Bidô Gerônimo, de Itaporanga, que há oito anos iniciou na piscicultura, o trabalho desenvolvido pela Estação de Piscicultura permite a geração de renda para manter a família. Ele acrescenta que, por meio da unidade da Sedap, participa de projetos, recebe orientação técnica e tem acesso a alevinos para realizar o peixamento.

“Faço o peixamento do açude com tilápia, acompanho o desenvolvimento e tenho uma fonte de renda para sustentar a minha família”, aponta Gedson Bidô. Ele completa: “São muitas famílias beneficiadas pelo programa que estão podendo melhorar de vida”.

Investimento em pesquisa - A piscicultura paraibana também se destaca pela busca do desenvolvimento do setor no que diz respeito à pesquisa. Para isso, são desenvolvidos estudos para a introdução de novas espécies de pescado, como também a busca de meios de alimentação alternativos à ração, visando baratear os custos e melhorar a produtividade e, consequentemente, a vida do produtor rural.

Na Estação de Piscicultura de Itaporanga, por exemplo, foi realizado o cruzamento de duas espécies de peixes amazônicos, o tambaqui, que pode chegar a 38 quilos na fase adulta, quando criado em grandes açudes, e o piratininga, da mesma região, resultando na nova espécie, o piratinga, que pode atingir 80 centímetros e pesar até 20 quilos.

Nos laboratórios e viveiros da Estação de Itaporanga também são pesquisadas novas fontes nutricionais para alimentar os peixes. Celso Duarte cita pesquisas com palma, frutíferas, como o caju, por exemplo.  “A ideia é encontrar novas formas que facilitem a produção do pescado, que barateiam os custos dos produtores rurais”, ressalta. Uma área de cinco hectares da estação é usada para o chamado “Agrofisher”, onde são plantadas as espécies de origem vegetal para serem testadas na alimentação de peixes.

Educação - A extensão rural é outro braço importante das ações do Programa de Piscicultura. Os produtores participam de cursos, recebem material informativo como manuais de criação dos alevinos e têm à disposição o acompanhamento técnico relativo à produção da pesca. A educação é uma arma na formação dos trabalhadores rurais e para o aumento da produção.

A unidade da Sedap também está aberta a receber visitas de estudantes de escolas, onde eles têm contato com toda a cadeia de criação do pescado.
O secretário Joaquim Hugo enfatiza que “a educação, o ensino, é um dos nossos objetivos e o fazemos através da extensão rural. Temos um compromisso com a educação aqui na Sedap”.

Joaquim Hugo frisa que a possibilidade do contato das novas gerações com a cadeia produtiva da piscicultura e outras áreas é fundamental para contribuir na fixação das famílias nos seus locais de origem e para que possam compreender melhor a realidade em que estão inseridas.  

Fonte: Secom

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