18/10/2024 às 10:21
A turbulência política em João Pessoa ganhou novos contornos nesta sexta-feira (18), quando o vereador Dinho Dowsley (PSD), presidente da Câmara Municipal, foi afastado de suas funções. O afastamento decorre de uma operação da Polícia Federal, intitulada "Livre Arbítrio", que investiga crimes eleitorais e supostas ligações entre agentes públicos e facções criminosas. A decisão judicial impôs uma série de medidas cautelares ao parlamentar, que nega as acusações e se diz alvo de manobras com motivações políticas.
As investigações da Polícia Federal apontam que Dinho Dowsley teria utilizado sua influência política para aliciar eleitores de forma violenta, em colaboração com grupos criminosos que dominam determinadas áreas da capital paraibana. A operação, que ocorre em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), tem como foco desmantelar práticas ilícitas de coação eleitoral que estariam sendo articuladas em bairros como São José e Alto do Mateus.
Além do afastamento do cargo de vereador e da presidência da Câmara, a Justiça impôs diversas medidas restritivas a Dinho Dowsley. Ele está proibido de frequentar bairros específicos de João Pessoa, como São José e Alto do Mateus, considerados redutos sob a influência do esquema criminoso investigado. O parlamentar também não poderá visitar qualquer órgão público municipal, especialmente a Prefeitura de João Pessoa, com quem sua atuação estaria relacionada nas investigações.
Outro ponto das restrições é o monitoramento eletrônico. Dinho foi obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica e deverá cumprir recolhimento domiciliar no período noturno, entre 20h e 6h, incluindo fins de semana e dias de folga. Além disso, o vereador não poderá se ausentar da comarca de João Pessoa sem prévia comunicação à Justiça, e está proibido de manter contato com os demais investigados.
Com o afastamento de Dinho, o vice-presidente da Câmara, vereador Carlão pelo Bem (PL), assume interinamente a presidência do Legislativo Municipal. Ele liderará os trabalhos da Casa até que a situação judicial de Dinho seja definida. A mesa diretora da Câmara, composta por vereadores como Bosquinho (2º vice-presidente), Marcílio do HBE (1º secretário), Odon Bezerra (2º secretário) e Zezinho (3º secretário), continuará suas funções administrativas sob a nova liderança.
Em nota divulgada logo após a deflagração da operação e seu afastamento, Dinho Dowsley reafirmou sua inocência. O vereador declarou que sempre manteve uma trajetória política limpa ao longo de seus cinco mandatos, sem envolvimento em atividades ilícitas. Segundo ele, as acusações fazem parte de uma campanha difamatória com fins eleitorais, visando enfraquecê-lo politicamente.
Dinho também destacou que se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e que confia plenamente na Justiça para comprovar sua inocência. "Tenho sido alvo de ilações maliciosas e infundadas com fins meramente eleitoreiros. Estou confiante de que a verdade prevalecerá e que a Justiça será feita", afirmou o vereador em sua nota oficial.
O afastamento de Dinho Dowsley é um duro golpe para a liderança política da Câmara Municipal de João Pessoa e pode ter desdobramentos significativos nas eleições de 2024. Com a Justiça e a Polícia Federal focando em operações contra crimes eleitorais, a relação entre agentes públicos e facções criminosas em João Pessoa se torna um tema central na pauta política da capital.
Enquanto a investigação prossegue, as movimentações nos bastidores políticos continuam intensas, com a Câmara Municipal precisando lidar com as consequências do afastamento de seu presidente e as implicações das denúncias. A situação de Dinho Dowsley e outros envolvidos ainda está em fase de apuração, e o resultado das investigações pode redefinir o cenário político de João Pessoa nas próximas semanas.
Fonte: Repórter PB
Para ler no celular, basta apontar a câmera