26/09/2024 às 09:18
O futuro político da prefeita de Monteiro, Anna Lorena Nóbrega, permanece incerto. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o processo de cassação que envolve a gestora e seu vice, Celecileno Alves, está em andamento e já conta com dois votos favoráveis à cassação. Ambos enfrentam acusações de abuso de poder econômico e político durante as eleições municipais de 2020, devido à distribuição de 500 cestas básicas em meio ao período eleitoral, um gesto que, segundo a corte, teria influenciado o resultado das urnas.
Na última terça-feira (24), o julgamento foi novamente adiado após um pedido de vistas do ministro Nunes Marques, gerando mais um impasse no processo. O relator do caso, ministro André Ramos Tavares, defendeu com firmeza a cassação de Anna Lorena, sustentando que a distribuição das cestas foi realizada com “viés eleitoral”, comprometendo a transparência e equidade do pleito.
De acordo com o relator, o impacto da ação foi profundo, principalmente em um município como Monteiro, onde quase metade da população vive com uma renda per capita de até meio salário mínimo. Para Tavares, a ação caracterizou uma prática indevida de influência sobre o eleitorado. Além da cassação, ele manteve a multa de R$ 10 mil aplicada pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) e sugeriu a inelegibilidade da prefeita por um período de quatro anos.
Com o adiamento, este é o segundo pedido de vistas no processo, o que prolonga a indefinição sobre o futuro de Anna Lorena, que está em seu segundo mandato. O ministro André Mendonça já havia solicitado mais tempo para analisar o caso anteriormente, em um julgamento que vem se desenrolando desde o início deste ano.
Para a defesa da prefeita, a distribuição das cestas foi uma medida humanitária destinada a apoiar famílias em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia, não tendo, segundo eles, qualquer conotação eleitoral. A gestora, que acompanhou o julgamento presencialmente em Brasília, mantém a esperança de um desfecho favorável, mas a proximidade do término de seu mandato adiciona um tom de urgência à resolução do caso.
Agora, resta aguardar os próximos passos da corte para saber se Anna Lorena e Celecileno Alves conseguirão manter seus cargos ou se serão afastados, abrindo caminho para novas eleições em Monteiro. O desfecho deste processo terá importantes implicações não apenas para a gestão municipal, mas também para a configuração política da cidade.
Fonte: Repórter PB
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