27/01/2025 às 11:15
O Programa Opera Paraíba, criado pelo Governo do Estado para facilitar o acesso e reduzir a fila dos procedimentos cirúrgicos, dá continuidade à realização de cirurgias reconstrutivas em pacientes com fissura labiopalatal e outras anomalias craniofaciais, condições que afetam a estrutura do crânio e da face, comprometendo funções como respiração e alimentação. Os procedimentos são realizados no Hospital Edson Ramalho, em João Pessoa, e resultam de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW).
De acordo com o coordenador do Opera Paraíba, Dr. Adilson Júnior, a rinosseptoplastia reconstrutiva, que corrige deformidades do nariz para restaurar funções respiratórias e melhorar a estética, é essencial para pacientes que sofrem com essas condições. “Esses pacientes enfrentavam um vazio assistencial, pois, até então, não tinham acesso ao término do tratamento. Agora, com essa parceria, podemos proporcionar um ganho funcional e estético significativo, garantindo melhor qualidade de vida. É isso que o SUS da Paraíba se propõe a fazer, a dar acesso e assistência a quem mais precisa”, destacou. Ele informou ainda que, em 2025, já foram realizadas três cirurgias desse tipo e que cerca de 50 pacientes devem ser beneficiados até o final do ano.
A jovem Kassandra Carulino Galvão da Costa, de 21 anos, moradora de Lucena, é um exemplo do impacto desse esforço conjunto. Desde o nascimento, ela foi acompanhada pelo Serviço de Fissuras do HULW, onde realizou os primeiros tratamentos, como o fechamento do lábio e do palato. No entanto, foi por meio do Programa Opera Paraíba que ela pôde concluir o tratamento com a cirurgia reconstrutiva, realizada em janeiro deste ano.
“Eu tinha muitas dificuldades, principalmente com a alimentação. Ainda nos meus primeiros meses de vida, não conseguia mamar direito nem me alimentar antes das primeiras cirurgias. Mas, com o tempo, as coisas melhoraram. Essa última cirurgia, que era o meu sonho, trouxe um grande alívio e me ajudou a me sentir melhor comigo mesma”, relatou a paciente.
O procedimento utilizou técnicas avançadas, como o enxerto de cartilagem retirado cuidadosamente da costela da paciente, para reconstruir a estrutura nasal com precisão. O coordenador do programa explicou ainda que a complexidade desse tipo de cirurgia exige alta especialização. “São procedimentos desafiadores, realizados por poucos serviços no país pelo SUS. A reconstrução nasal com o uso de enxertos garante resultados funcionais e estéticos que realmente transformam vidas”, ressaltou Adilson.
A avó da paciente, Maria José Cipriano da Costa, também comemorou o sucesso da cirurgia e o esforço da equipe médica. “Quando minha neta nasceu com fissura, foi um choque para a família. Hoje, depois de tantos desafios, só tenho a agradecer ao Opera Paraíba e a toda a equipe pelo cuidado. Minha neta está bem e feliz, e isso é o mais importante para nós”, disse.
Desde sua criação, em 2019, o Opera Paraíba já realizou mais de 167 mil cirurgias eletivas, atendendo pacientes em todas as regiões do estado. Para participar, o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) deve procurar a secretaria municipal de saúde do seu município ou fazer o cadastro pelo site operaparaiba.pb.gov.br, preenchendo o formulário e anexando exames, laudos ou encaminhamentos médicos que confirmem a necessidade de uma cirurgia.
Fonte: Repórter PB
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