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boletim de ocorrência

Ex-tesoureiro de São José da Lagoa Tapada admite desvio de verbas e alega ameaças de organização criminosa

Julierme Lino de Sousa acompanhou o ex-prefeito à delegacia e admitiu a prática dos desvios

Da Redação Repórter PB

21/01/2025 às 09:36

Imagem Prefeitura Municipal de São José da Lagoa Tapada

Prefeitura Municipal de São José da Lagoa Tapada ‧ Foto: redes sociais

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O ex-prefeito de São José da Lagoa Tapada, Claudio Antônio Marques de Sousa, conhecido como “Colorau”, registrou um Boletim de Ocorrência nesta segunda-feira (20), denunciando um desfalque financeiro de R$ 1.370.586,74 nos cofres municipais. O montante teria sido desviado pelo ex-tesoureiro Julierme Lino de Sousa entre abril e dezembro de 2024, durante a gestão de Colorau.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, o desfalque foi identificado quando o ex-prefeito solicitou os extratos bancários das contas municipais em 7 de janeiro de 2025 para consolidar sua prestação de contas final. O documento aponta que Julierme Lino teria transferido recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e da folha de pagamento (FOPAG) utilizando recibos falsificados, inseridos deliberadamente na contabilidade da Prefeitura para mascarar as transações.

O esquema envolvia transferências frequentes e valores consideráveis, comprometendo diretamente verbas destinadas à educação e ao pagamento de servidores municipais. Esses recursos, essenciais para a administração pública, foram desviados sem autorização, deixando um rombo significativo nas finanças da cidade. "Sinceramente, eu não sabia. Confiava no meu Tesoureiro. Para mim foi uma grande surpresa. Só fiquei ciente quando pedi ao atual tesoureiro os extratos das contas para eu finalizar a minha prestação de contas referente a 2024. Ao descobrir o "rombo", procurei a delegacia", revelou o ex-prefeito.

Julierme Lino de Sousa acompanhou o ex-prefeito à delegacia e admitiu a prática dos desvios. Em seu depoimento, declarou que agiu sob pressão de uma suposta milícia, que estaria ameaçando ele e sua família, comforme consta no B.O.

Essa confissão, embora reconheça os crimes financeiros, traz um novo elemento à investigação: a suposta atuação de uma organização criminosa que teria extorquido os recursos desviados. Caso confirmada, a existência dessa milícia eleva o caso a um nível de gravidade ainda maior, envolvendo não apenas corrupção, mas também crimes de ameaça e coação.

O ex-prefeito afirmou que, além de registrar a ocorrência policial, está formalizando a denúncia junto ao Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) e Ministério Público Estadual (MPE-PB). Ele solicitou uma apuração minuciosa para responsabilizar os envolvidos e recuperar os valores desviados.

“O desvio não prejudica apenas a gestão passada, mas compromete o futuro do município e dos serviços públicos essenciais. É inaceitável que recursos destinados à educação e aos servidores sejam utilizados de forma ilegal. Estamos confiantes de que a Justiça irá agir com rigor”, declarou Claudio Antônio.

Se comprovados os crimes apontados no B.O., Julierme Lino poderá responder por peculato, falsificação de documentos públicos e associação criminosa, além de outras possíveis infrações relacionadas à suposta extorsão. As penas podem incluir reclusão, multa e proibição de exercer funções públicas.

Fonte: Repórter PB

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