02/04/2024 às 20:09
O Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER) é referência na aplicação do soro antirrábico e imunoglobulina antirrábica contra o vírus da raiva animal, na primeira Macrorregião de Saúde no estado. A unidade hospitalar, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) e pertencente à rede estadual de saúde, aplicou a medida de profilaxia em 144 pessoas, no acumulado dos meses de janeiro a março deste ano. O soro é administrado nos casos de suspeita ou exposição ao vírus da raiva.
A coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do HSGER, Luana Abrantes, explicou que há protocolos montados de acordo com a gravidade do acidente e espécie do animal. “Existem classificações de exposição conforme o acidente. A avaliação considera se houve lambedura, arranhadura ou mordedura, por exemplo, bem como a espécie do animal agressor, a exemplo de cão, gato, bovino, suíno, caprino ou animal silvestre. Todos esses dados são primordiais para a conduta clínica”, apontou.
Em relação a acidentes com gatos ou cachorros, Luana Abrantes orientou que, se o animal for passível de observação e está saudável, sem sinais de raiva, deve-se primeiramente lavar a lesão com água e sabão. “Inicialmente, não é indicada a profilaxia, recomendando-se observar esse animal durante 10 dias. Caso ele permaneça saudável, deve-se encerrar o caso”, recomendou.
Nos casos de acidentes provocados por gatos ou cachorros desconhecidos ou desaparecidos durante o período de observação, é necessário procurar o serviço de referência municipal em vacinação antirrábica para avaliação do caso, com administração das doses planejadas da vacina, de acordo com cada critério. “Será realizada uma triagem e, se necessário, haverá encaminhamento para administração do soro no HSGER”, frisou a coordenadora do SCIH. Em João Pessoa, o local de referência é o Centro Municipal de Imunização, na Torre.
O agricultor da cidade de Sapé, Renato Genuíno, de 23 anos, foi mordido por um cachorro na rua e não sabe quem é o tutor do animal. Ele procurou a sala de vacina de seu município e foi encaminhado ao HSGER. “Provavelmente, era um cachorro de rua, que não está vacinado contra a raiva”, comentou. Depois da segunda dose da vacina, Renato Genuíno recebeu o soro. “Agora, vou continuar o tratamento na minha cidade, com as demais doses”, completou.
Com relação aos acidentes com animais silvestres, como morcego, raposa, macaco e sagui, o acidente é sempre considerado grave e o paciente deverá procurar atendimento no HSGER para a administração do soro antirrábico ou imunoglobulina antirrábica o quanto antes. “Nessa situação, o atendimento é realizado sem a necessidade do encaminhamento da unidade de referência de vacinação, e a aplicação do soro é feita no local da lesão e intramuscular. Após o atendimento inicial no Hospital, orientamos o paciente a procurar o serviço de referência em vacina antirrábica para iniciar o esquema vacinal”, indicou Luana Abrantes.
A médica infectologista do HSGER, Wanja Lima, destacou que animais silvestres não são passíveis de controle vacinal, sendo a exposição por esse tipo de animal um evento de alto risco. O setor de urgência do HSGER funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia, e está organizado e preparado para atender os casos que precisem da administração do soro antirrábico ou imunoglobulina antirrábica.
Fonte: Secom
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