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direita e esquema

Direita e esquerda se enfrentam nas duas maiores cidades da Paraíba: o impacto para 2026

A movimentação política dos últimos dias indica que tanto em João Pessoa quanto em Campina Grande a eleição não será apenas uma escolha local

Por Pereira Jr. • Articulista Polí­tico

10/10/2024 às 21:44

Imagem Candidatos a prefeito no 2o Turno na Paraíba

Candidatos a prefeito no 2o Turno na Paraíba ‧ Foto: divulgação

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O segundo turno das Eleições Municipais de 2024 em João Pessoa e Campina Grande está se configurando como um verdadeiro embate entre as forças de direita e esquerda da Paraíba. Com uma polarização cada vez mais acentuada, as decisões que serão tomadas nas urnas no dia 27 de outubro poderão definir o rumo político do estado, com fortes implicações para 2026, quando novas eleições estaduais e nacionais ocorrerão.

Em João Pessoa, a disputa é entre o atual prefeito Cícero Lucena (PP), que obteve 49,16% dos votos no primeiro turno, e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL), que conquistou 21,77% dos votos. A capital paraibana já começa a se polarizar, com Cícero Lucena tentando atrair o eleitorado de centro-esquerda e o apoio do governador João Azevêdo (PSB), enquanto Marcelo Queiroga se apresenta como o candidato da direita, com a benção do ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro, aliás, deve desembarcar na Paraíba nos próximos dias para reforçar a campanha de Queiroga e mobilizar o eleitorado conservador.

Esse alinhamento entre Marcelo Queiroga e Bolsonaro é estratégico para impulsionar a candidatura da direita em João Pessoa, especialmente diante das adesões de figuras políticas de peso, como o ex-candidato a prefeito Ruy Carneiro (Podemos), o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima, e o senador Efraim Filho. Por outro lado, a presença de João Azevêdo na campanha de Cícero visa frear o crescimento da direita e preservar João Pessoa como um reduto da esquerda moderada, em consonância com o governo de Lula.

Enquanto isso, em Campina Grande, o cenário também reflete a disputa nacional entre as duas principais correntes políticas. O atual prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil), que obteve 48,22% dos votos no primeiro turno, enfrenta Jhonny Bezerra (PSB), candidato do governador João Azevêdo e apoiado pelo presidente Lula, que conquistou 34,58%. Campina, tradicionalmente um bastião conservador, agora vê uma polarização maior, com as forças progressistas buscando espaço. O apoio de Artur Bolinha (Novo), que recebeu 7,09% dos votos, a Bruno Cunha Lima reforça o campo conservador, enquanto Jhonny Bezerra conseguiu o endosso de Inácio Falcão (PCdoB), que teve 7,16% dos votos no primeiro turno.

A movimentação política dos últimos dias indica que tanto em João Pessoa quanto em Campina Grande a eleição não será apenas uma escolha local, mas um reflexo da batalha ideológica em nível estadual e nacional. João Azevêdo, como principal aliado de Lula na Paraíba, está mobilizando suas bases em defesa da continuidade de projetos sociais e da pauta progressista, principalmente em João Pessoa, onde busca frear o avanço da direita representada por Queiroga. O governador, que anunciou recentemente investimentos de R$ 250 milhões em Campina Grande, também tenta atrair os eleitores mais pragmáticos, visando aumentar o capital político de Jhonny Bezerra.

Por outro lado, a direita, encabeçada por Queiroga e Bruno Cunha Lima, aposta em um discurso de renovação, críticas à gestão federal e estadual e uma mobilização forte do eleitorado conservador, que tende a se intensificar com a chegada de Bolsonaro à Paraíba. A disputa se torna ainda mais simbólica quando se considera que, dependendo do resultado nas duas maiores cidades do estado, o cenário político para 2026 pode se consolidar de forma mais clara. Uma vitória de Queiroga e Bruno fortaleceria a direita em toda a Paraíba, enquanto uma derrota poderia abrir espaço para um fortalecimento das forças progressistas, com implicações para o próprio João Azevêdo, que poderá almejar voos maiores no cenário político nacional.

Com o segundo turno caminhando para um embate direto entre dois projetos de sociedade distintos, os paraibanos estarão, na verdade, escolhendo não apenas seus futuros prefeitos, mas também desenhando o rumo político do estado nos próximos anos.

Tenho Dito,

Pereira Júnior - Analista politico

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