05/11/2024 às 09:40
Inflação em alta no Brasil ‧ Foto: divulgação
Nesta segunda-feira (4), o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, alertou para a crescente insustentabilidade da dívida pública do Brasil, ressaltando a necessidade de ajustes fiscais urgentes. Segundo ele, o governo ainda não apresentou uma resposta clara para enfrentar o cenário de aumento da dívida, e a ausência de uma política fiscal sólida pode prejudicar a economia nacional, afetando diretamente a vida do cidadão comum.
Padovani explicou que o cenário global, com alta de juros nos Estados Unidos e desaceleração da economia chinesa, não favorece o Brasil, especialmente em um contexto de dívida pública crescente. A possível elevação da taxa Selic até 12,5% nos próximos anos, projetada pelo economista, deverá pressionar o câmbio, manter a inflação elevada e frear o crescimento econômico, o que poderá trazer efeitos diretos para o cidadão, como encarecimento do crédito e dos preços de bens e serviços.
Para o brasileiro, isso significa que o crédito pode continuar caro, o que dificultará o consumo e os investimentos pessoais. O custo de vida também tende a ser afetado pela inflação elevada, reduzindo o poder de compra e pressionando a renda familiar. Por outro lado, a força do agronegócio e do setor de petróleo oferece algum suporte à economia, além do mercado de trabalho aquecido que, segundo Padovani, é um dos pontos positivos que ajuda a reduzir a inadimplência e manter o consumo.
No entanto, com uma inflação que deve se manter em torno de 4% até 2026, Padovani destacou que o Banco Central dificilmente terá espaço para cortar os juros, o que representa um desafio para as finanças das famílias brasileiras e para o crescimento econômico como um todo.
Por Pereira Júnior
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