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Banho de lua pode ser fator de risco para câncer

Rádio Agência

26/07/2024 às 17:45

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O banho de lua pode causar câncer. É o que alerta uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). A equipe do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas apontou que quem costuma fazer clareamento dos pelos corre risco. O trabalho apontou fortes indícios de que a água oxigenada e amônia usadas no procedimento aumentam a chance de desenvolvimento do câncer de medula, também conhecido como leucemia, e de síndrome mielodisplásica, distúrbio relacionado à produção de células sanguíneas. A pesquisadora Letícia Rodrigues, responsável pelo trabalho, conta que as substâncias podem desencadear reações químicas com nosso organismo, que ao dar uma resposta imune pode desenvolver câncer.

"O peróxido de hidrogênio é uma espécie reativa de oxigênio. O que acontece é que, quando ele está no nosso corpo, ele pode liberar radicais que podem interagir com nosso DNA, causando lesões e danos oxidativos. Já a amônia tem o nitrogênio como base, que pode, em contato com os tecidos, levar a um dano, dependendo da concentração".

Já o orientador do trabalho, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, professor Ronald Feitosa, avalia que os efeitos das substâncias eram parecidos aos verificados em pacientes terminais.

"Os ratos e camundongos que eram expostos à água oxigenada junto com a amônia, ou somente à água oxigenada, tinham alterações na medula bastante similares ao que se encontra em pacientes com leucemia aguda. São achados da associação que já encontramos epidemiologicamente. São indícios fortes de que o banho de lua pode induzir alterações no DNA, que podem levar a uma leucemia aguda".

Os dois pesquisadores afirmam que isso não quer dizer que necessariamente uma pessoa que fez uso do banho de lua desenvolverá câncer. Mas que as pessoas devem estar atentas para a frequência e concentração da água oxigenada e amônia utilizadas.

A história da pesquisa começa em 2019, quando o professor Ronald teve contato com uma paciente de 22 anos cuja medula não conseguia mais produzir células sanguíneas, e que não tinha nenhum caso de câncer na família. A jovem faleceu pouco tempo depois, deixando um filho de 6 meses. A história chamou a atenção dos pesquisadores porque a paciente havia relatado que clareava os pelos semanalmente. Atualmente, o banho de lua conta com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Saúde Rio de Janeiro 26/07/2024 - 17:54 Roberta Lopes / Eliane Gonçalves Tatiana Alves Banho de Lua Universidade Federal do Ceará clareamento de pelos sexta-feira, 26 Julho, 2024 - 17:54 188:00

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