13/11/2024 às 12:19
Para debater mecanismos capazes de garantir a paz, a segurança e a estabilidade no planeta, o Brasil coloca na mesa de discussão da cúpula do G20 a reforma da governança global.
O atual sistema foi criado após a Segunda Guerra Mundial, é liderado pela ONU, a Organização das Nações Unidas, e objetiva promover a paz e a segurança internacional. Além da ONU e suas agências, também integram a governança global a OMC, Organização Mundial do Comércio, a OEA, Organização dos Estados Americanos, o Banco Mundial e o FMI, Fundo Monetário Internacional.
Conflitos e Guerras
Nos últimos encontros do G20, realizados na Indonésia, em 2022, e na Índia, em 2023, a guerra entre Rússia e Ucrânia foi uma das principais preocupações dos líderes. O conflito começou em março de 2022 e as estimativas de mortos variam de 70 mil a 200 mil russos e de 30 mil a 80 mil ucranianos.
Na reunião do G20 do ano passado, realizada em setembro, o ataque israelense a Gaza ainda não havia começado, mas o conflito já havia causado mais de 43 mil mortes de civis palestinos. Em setembro deste ano, Israel intensificou os ataques ao Hezbollah no Líbano, o que já deixou mais de 3 mil mortos.
No caso do Líbano, o Brasil tem enviado voos para resgatar cidadãos brasileiros e seus familiares, tendo já trazido mais de 2 mil pessoas. Outras tensões globais incluem disputas por recursos hídricos do Rio Nilo entre o Egito e a Etiópia, e o conflito entre China e Taiwan, com a China reivindicando soberania sobre a ilha.
Como o G20 envolve países com interesses diversos, as declarações de líderes do grupo não costumam tratar de assuntos delicados e disputas com muita contundência. Como país-sede, o Brasil tem buscado o diálogo para resolver os conflitos internacionais. No entanto, o presidente Lula já deixou claro, no início de novembro, que o G20 não discutirá o conflito entre Rússia e Ucrânia, já que os presidentes dos dois países, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, não estarão presentes na reunião.
A proposta do Brasil, como presidente do G20, é reformar o sistema de governança global. A ideia é ampliar o Conselho de Segurança da ONU para garantir mais representatividade internacional e aumentar as interações do conselho com a Assembleia Geral da ONU.
Atualmente, o Conselho de Segurança tem apenas cinco membros permanentes e dez países que são eleitos para mandatos de dois anos. Os permanentes são Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e República Popular da China. Já os temporários são eleitos cinco membros a cada ano durante a Assembleia Geral da ONU. A eleição respeita a distribuição regional de cinco membros da África e Ásia, um do Leste Europeu, dois da América Latina e Caribe e dois da Europa Ocidental.
Após reunião em setembro, os ministros de Relações Exteriores do G20 assinaram uma declaração assumindo o compromisso de ampliar o Conselho de Segurança, fortalecer a Comissão de Construção da Paz e o papel da Assembleia Geral nas questões relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais. O Conselho de Segurança da ONU é a única instância internacional com autorização para permitir o uso da força militar legal.
O G20 é formado pelas 19 maiores economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana. A reunião da cúpula com os chefes de Estado e de Governo ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Com informações da Agência Brasil, Akemi Nitahara para a Radioagência Nacional no G20.
Internacional País busca ampliar o Conselho de Segurança da ONU Rio de Janeiro (RJ) 13/11/2024 - 12:19 Izabella Silveira / L Pedrosa Akemi Nitahara, repórter da Radioagência Nacional G20 Radioagência Nacional no G20 governança global quarta-feira, 13 Novembro, 2024 - 12:19 0:51Continuar lendo ...Para ler no celular, basta apontar a câmera