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Vitória

Análise: Fluminense renova ânimo, emociona torcida e mostra alternativas ao vencer o Palmeiras

Mano muda o jogo ao promover Marcelo e Nonato pelo meio. Serna impressiona em estreia, dupla de zaga brilha e torcida lava a alma com gol de Arias no Maracanã.

Da Redação Repórter PB

25/07/2024 às 09:30

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Fluminense renova ânimo, emociona torcida e mostra alternativas ao vencer o Palmeiras ‧ Foto: Reprodução

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Nenhum torcedor vai ao estádio esperando ver um tropeço. Mas talvez apenas os tricolores mais otimistas tenham deixado suas casas antecipando a noite que viveriam em Fluminense x Palmeiras. A partida já tinha uma carga emocional própria pelo reencontro de Thiago Silva e Arias com o Maracanã. Mas a vitória por 1 a 0 deu sinais de que pode ser o ponto de virada da temporada - tanto no campo, quanto nas arquibancadas. Uma verdadeira lavagem da alma.

Começando pelo princípio: a escalação. Mano repetiu o time que, contra o Cuiabá, venceu a segunda do Fluminense no Brasileirão. Antes, o único triunfo tricolor havia sido contra o Vasco, em clássico da terceira rodada. Marcelo, de volta aos relacionados após quatro jogos de desfalque por dores musculares, ficou no banco para Diogo Barbosa entrar como titular.

O Fluminense ameaçou o gol de Weverton logo em sua primeira chegada, com cerca de 45 segundos de jogo. Cano cruzou na segunda trave, Arias apareceu nas costas da defesa e finalizou, mas o goleiro palmeirense ficou com a bola. A arquibancada, que já fazia bonita festa desde a subida dos times ao gramado, ganhou mais força.

Antes de o relógio marcar dez minutos, Marquinhos perdeu duas chances claras, daquelas que seriam lembradas em caso de tropeço - uma delas após lindo lançamento de Thiago Silva. Longe de mostrar seu melhor futebol, viveu uma noite marcada por erros na tomada de decisão. Ainda na primeira etapa, trocou de lado com Arias e viu o colombiano crescer muito pela direita, mas não conseguiu repetir o ganho de desempenho.

A história do jogo começou a mudar no segundo tempo, quando Mano optou por sacar o camisa 77. O Fluminense já havia começado o jogo de forma mais intensa, aproveitando a verticalidade, mas o Palmeiras conseguiu equilibrar o cenário antes de o primeiro tempo ficar truncado.

Havia espaço para melhorias no lado tricolor. Elas começaram pela saída de Marquinhos e a entrada do estreante Kevin Serna, que teria a responsabilidade de mostrar - diante de um Maracanã cheio - a que veio. Em um primeiro momento, virou alvo fácil para o Palmeiras, que concentrava as ofensivas em suas costas.

Entra aqui o mérito da leitura de jogo de Mano Menezes. Aos 23 da etapa final, o técnico promoveu as saídas de Ganso e Martinelli. Este decepcionou, abusou de passes laterais e pecou pela lentidão justamente quando a jogada pedia mais ímpeto. Marcelo entrou na vaga do camisa 10, e Nonato substituiu o volante.

Foi neste momento que o Fluminense passou a abrir seu caminho, expressão usada por Mano para debater as mudanças de conceito em meio à crise. Em vez de escalar Marcelo na lateral, o treinador posicionou o camisa 12 pelo meio-campo. Junto a Nonato, o ídolo acelerou a transição tricolor e mudou a "cara" da partida. A mudança de posicionamento não é definitiva, mas Marcelo mostrou que é mais uma opção em que pode ser utilizado. Ponto para ele.

Falemos de Kevin Serna. Com a camisa 90 que um dia foi de Douglas Costa, que rescindiu com o Fluminense, o colombiano mostrou que queria jogo. Caindo mais por dentro, subiu de rendimento e puxou arrancada similar à de Maicon Bolt contra o mesmo Palmeiras, em 2009. Em ambos os casos, o desfecho foi o mesmo: gol do Fluminense.

Desta vez, foi Arias quem empurrou para o fundo das redes, e não Fred. Com o gol marcado no Maracanã, o colombiano ainda se isolou na artilharia do Fluminense em 2024, com sete gols marcados. Mereceu cada grito de ovação da torcida que muito sentiu sua falta durante a Copa América.

A torcida colheu os frutos do apoio durante o jogo e pôde, enfim, soltar o grito entalado na garganta. No futebol nem sempre há justiça, mas ela se fez presente no Maracanã nesta quarta-feira. Venceu quem mais merecia. A explosão do gol lavou a alma de cerca de 51 mil tricolores, que apoiaram de forma ininterrupta.

É difícil se desvincular do vício de atrelar a análise ao resultado. Mas fato é que, mesmo se o placar não tivesse saído do zero no Maracanã, a partida deveria ser celebrada, como será, pelo Fluminense. Da atuação magistral da dupla de Thiagos, Silva e Santos, ao fôlego renovado com alterações, o Tricolor sai de campo com provas de que a recuperação no Brasileiro é plausível, possível e talvez provável.

Há algumas rodadas, a ideia de duas vitórias consecutivas do Fluminense parecia absurda. Hoje, é uma realidade que emociona até os mais experientes, como Thiago Silva, que caiu em lágrimas com o gol de Arias. A trajetória é longa, e o clube segue na vice-lanterna do Brasileirão. Mas a cada dia que passa, o Tricolor parece um pouco menos inerte. Já é meio caminho andado.

O Fluminense volta a campo no domingo, às 11h, para encarar o Bragantino fora de casa. O duelo é válido pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Globo Esporte

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