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Caso Marielle: Marinete, Mônica e Ágatha são ouvidas como testemunhas

Rádio Agência

30/10/2024 às 18:15

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A mãe de Marielle Franco, Marinete Silva, foi a segunda testemunha a depor nesta quarta-feira (30), primeiro dia do julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de assassinar a vereadora e o motorista dela, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

Marinete disse que não foi a favor da entrada de Marielle na política, mas reconheceu que a parlamentar estava profissionalmente realizada.

“Eu fui contra. Era público isso. Eu não sentia coisa boa no meu coração em relação ao mandato partidário. Eu nunca tive partido, então isso me preocupou bastante. Mas quem era eu, na época, para contrariar os desejos de uma mulher de 38 anos? Era uma filha obediente, mas uma mulher decidida. O partido não tinha nenhuma mulher negra como candidata, e a oportunidade chega depois de ela ficar numa comissão de Direito por dez anos, entendendo que ela podia fazer muito mais.”

A terceira testemunha a depor foi a viúva de Marielle, Mônica Benício.

A vereadora reeleita afirmou que Marielle tinha pautas relacionadas à ocupação do solo urbano e moradia, e reconheceu que ela estava em ascensão.

“Ela tinha uma arquiteta urbanista que estava no mandato dela para discutir o direito à cidade de uma maneira interseccional. A gente pensa a cidade de muitas frentes, seja da pauta de gênero, racial... E como a Marielle defendia o direito à  moradia de forma digna, na perspectiva da favela, da periferia, isso era um debate à luz do direito à cidade. Ela era uma potência a se desdobrar e uma grande figura para a política do país.”

A viúva do motorista Anderson, Ágatha Arnaus, foi a quarta a ser ouvida pelo Tribunal. Ela contou que Anderson tinha como meta se tornar mecânico de aviação, área na qual tinha formação, e que ser pai era um dos seus maiores sonhos. O filho do casal, Arthur, tinha 1 ano e 8 meses na época. Quando tudo aconteceu, ela se deu conta de que, a partir dali, todas as primeiras vezes do Arthur seriam sem o pai.

“Não vai passar nunca, porque sempre vai ter alguma coisa que vai ser sempre a primeira vez sem o Anderson. A primeira vez que o Arthur andou, a primeira vez que o Arthur  falou mamãe, a primeira vez que o Arthur foi para uma escola nova, a primeira vez que o Arthur teve um coleguinha. A primeira vez de tudo, sempre vai ter.”

Nove testemunhas vão ser ouvidas pelo Tribunal do Júri. A oitiva deve durar pelo menos dois dias.

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em março de 2019 e são réus confessos do assassinato de Marielle Franco. Segundo Lessa, foram os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão que encomendaram o crime. O processo que envolve os supostos mandantes está no Supremo Tribunal Federal.

Rio de Janeiro (RJ), 30/10/2024 – Mãe de Marielle Franco, Marinete Silvia, chegando ao Tribunal de Justiça, no centro do Rio de Janeiro, para o primeiro dia de julgamento dos acusados pelo assassinato da vereadora e do motorista Anderson Silva. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 30/10/2024 – Mãe de Marielle Franco, Marinete Silvia, chegando ao Tribunal de Justiça, no centro do Rio de Janeiro, para o primeiro dia de julgamento dos acusados pelo assassinato da vereadora e do motorista Anderson Silva. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
© Tomaz Silva/Agência Brasil
Geral Nove testemunhas vão depor no julgamento que deve durar dois dias Rio de Janeiro 30/10/2024 - 18:15 Bianca Paiva / Eliane Gonçalves Tatiana Alves Tribunal do Júri Marielle Ronie Lessa Élcio Queiroz quarta-feira, 30 Outubro, 2024 - 18:15 189:00

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