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Frustração

Energia limpa bloqueada: falta de infraestrutura de transmissão penaliza NE e aumenta risco de apagões no SE

Responsável pela instalação de um Complexo de Energia Solar na cidade de Santa Luzia, no Sertão da Paraíba, a empresa se viu forçada drasticamente a reduzir de 800 para 200 o número de colaboradores.

Da Redação Repórter PB

22/10/2024 às 15:40

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Imagem CEO da Rio Alto, Edmond Fahrat

CEO da Rio Alto, Edmond Fahrat ‧ Foto: Reprodução

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As restrições do setor elétrico para transmissão de energia renovável e a falta de linhas no Brasil, colocam em risco empregos e investimentos na Região Nordeste e exacerbam a crise energética no Sudeste. A Rio Alto Energias Renováveis, uma das maiores plantas de energia solar da América Latina, enfrenta desafios críticos devido a restrições de geração impostas pela falta de infraestrutura de transmissão, ameaçando empregos e investimentos.

Responsável pela instalação de um Complexo de Energia Solar na cidade de Santa Luzia, no Sertão da Paraíba, a empresa se viu forçada drasticamente a reduzir de 800 para 200 o número de colaboradores. Apesar de o Nordeste produzir energia solar e eólica em abundância.

Rico em potencial para geração de energia renovável, em abundância, o NE enfrenta um paradoxo: enquanto a região produz energia solar e eólica em abundância, a insuficiência de infraestrutura de transmissão impede que essa energia chegue ao Sudeste, resultando em apagões e tarifas elevadas tarifas elevadas devido à escassez de energia. A razão, segundo especialistas, é a insuficiência de linhas de transmissão que permitiriam o fluxo dessa energia para regiões deficitárias.

Recentemente, o estado de São Paulo enfrentou seu terceiro grande apagão em menos de um ano, deixando milhões de pessoas sem eletricidade por vários dias, conforme relatado por diversas fontes de notícias de credibilidade.

Investimentos inviabilizados

O CEO da Rio Alto, Edmond Fahrat, expressou sua frustração com a situação, destacando que a empresa está operando com uma restrição de geração de 40%, o que impacta diretamente seu faturamento. “É catastrófico para qualquer empreendimento que contava com geração plena”, afirmou. Com a energia já vendida, a empresa é obrigada a comprar no mercado para honrar seus compromissos, além de enfrentar custos adicionais com depósitos de garantia na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Durante entrevista exclusiva ao jornalista Cândido Nóbrega, ele explicou que essa situação cria um custo inesperado e altíssimo, que penaliza severamente os investimentos já feitos, especialmente no Nordeste.

A situação é agravada pela falta de planejamento adequado por parte da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, que deveria ter previsto e executado a infraestrutura necessária para suportar a expansão da geração de energia renovável. “Já sabíamos a quantidade de energia que entraria no sistema, mas faltou planejamento para contemplar todos esses projetos”, criticou o executivo. A ausência de novas linhas de transmissão, que deveriam ter sido construídas para evitar o atual gargalo, é um reflexo direto dessa falha de planejamento.

Insegurança jurídica e regulatória

A crise ameaça o futuro dos investimentos em energia renovável no Nordeste e também coloca em risco a confiança de investidores internacionais. “Quem vai investir no país se você não tem a segurança da sua receita de amanhã?”, questionou o CEO, ressaltando que a insegurança regulatória e jurídica pode afastar novos investimentos. A continuidade das restrições pode inviabilizar projetos futuros, incluindo iniciativas promissoras como a produção de hidrogênio verde, que dependem da estabilidade e previsibilidade do setor energético.

Impacto econômico e iminência de colapso

O impacto econômico é significativo para a região, que já investiu bilhões em infraestrutura de energia limpa. A Rio Alto, por exemplo, já investiu R$1,2 bilhão, dos quais R$200 milhões foram destinados a estações de suporte para futuras usinas. Com as restrições atuais, a empresa enfrenta a possibilidade de rasgar esse investimento, o que seria um prejuízo monumental para a empresa e, consequentemente, para toda a economia do Nordeste, em especial a Paraíba que depende desses projetos para crescimento e desenvolvimento.

A situação atual exige uma resposta rápida e eficaz do governo para evitar a paralisação de investimentos e o colapso de um setor vital para o desenvolvimento sustentável do país. Sem uma solução imediata, o Nordeste, que poderia se consolidar como um hub de energia renovável, corre o risco de ser deixado para trás, penalizando ainda mais uma região que já enfrenta desafios econômicos significativos. A falta de infraestrutura adequada e o planejamento insuficiente são questões que precisam ser abordadas com urgência para garantir a continuidade dos investimentos e o desenvolvimento sustentável do setor energético no Brasil.

Região NE mais penalizada

Ele enfatizou ainda que se as restrições continuarem, muitas empresas poderão não sobreviver, o que levará a uma judicialização em massa dos contratos e acordos firmados. “Isso inviabiliza completamente qualquer outro investimento. Quem mais vai sentir isso é o Nordeste, porque é impossível com essa insegurança regulatória, jurídica, ter qualquer investimento futuro”, afirmou. A situação atual ameaça a continuidade dos projetos existentes e a viabilidade de novos empreendimentos, que são de suma importância para a expansão da matriz energética limpa do país.

A crise energética no Brasil, exacerbada pelas recentes medidas do Ministério das Minas e Energia e pela falta de infraestrutura, destaca a necessidade urgente de um planejamento estratégico que contemple a expansão das linhas de transmissão e a segurança regulatória. Só assim será possível garantir que o potencial energético do Nordeste seja plenamente aproveitado, contribuindo para a segurança energética do país e o desenvolvimento sustentável da região.

Fonte: Repórter PB

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