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Investigado por desvio de R$ 140 milhões, padre Egídio pode voltar ao regime fechado por infringir prisão domiciliar

Deflagrada no ano passado, a Operação Indignus investigou o desvio de R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé

Da Redação Repórter PB

21/09/2024 às 10:32

Imagem Padre Egídio de Carvalho Neto

Padre Egídio de Carvalho Neto ‧ Foto: redes sociais

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O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB) apresentou à Justiça um pedido para que padre Egídio de Carvalho retorne ao regime fechado, sob a alegação de que ele teria violado as medidas impostas em sua prisão domiciliar. O religioso está sendo investigado por envolvimento em um esquema de desvio de milhões de reais do Hospital Padre Zé, em João Pessoa.

A solicitação surge após denúncias de inquilinos de imóveis do padre, que afirmaram estar recebendo instruções para que o valor dos aluguéis fosse depositado em contas indicadas por seus advogados, em desacordo com a determinação judicial que bloqueou os bens do religioso. O caso está sob análise da 4ª Vara Criminal da Capital e será julgado pelo desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba.

Padre Egídio de Carvalho cumpre prisão domiciliar desde abril deste ano, após passar mal enquanto estava detido na Penitenciária Especial da Capital. Entre as restrições impostas pela Justiça estão a proibição de sair de sua residência sem autorização, além de não manter contato com pessoas fora de seu círculo familiar e advogados. Mesmo assim, as novas denúncias indicam que ele teria infringido essas regras, o que motivou o pedido do Gaeco.

Além das restrições de locomoção e contato com terceiros, padre Egídio também deveria informar o endereço onde estaria cumprindo sua prisão domiciliar e fornecer comprovantes de residência. Ele também está proibido de acessar ou manter contato com qualquer servidor ou funcionário das instituições ligadas ao Hospital Padre Zé e à ASA (Ação Social Arquidiocesana), das quais ele foi afastado.

A decisão de afastar o religioso da direção do Hospital Padre Zé, conhecido por prestar serviços à população carente, veio após a deflagração da Operação Indignus, que revelou um esquema de desvios milionários. Segundo as investigações, o padre teria acumulado mais de 29 imóveis, incluindo propriedades de alto padrão, veículos de luxo, e até uma criação de cães da raça Lulu da Pomerânia, que podem ser comercializados por até R$ 10 mil cada.

A Operação Indignus

Deflagrada no ano passado, a Operação Indignus investigou o desvio de R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé. As irregularidades começaram a ser descobertas após o sumiço de celulares e equipamentos eletrônicos doados pela Receita Federal para serem leiloados pela instituição. Padre Egídio foi identificado como o principal envolvido, e a partir daí, outras irregularidades foram reveladas.

Durante as buscas, as autoridades cumpriram mandados em dez imóveis que seriam de propriedade do padre, entre eles uma granja no município de Conde e apartamentos em prédios de luxo na orla de João Pessoa. Em um desses locais, foram encontrados móveis rústicos avaliados em R$ 3 milhões, além de 30 cães de raça, evidenciando o padrão de vida de ostentação mantido pelo religioso com recursos desviados.

Outro ponto revelado pela investigação foi a contração de um empréstimo de R$ 13 milhões em nome do Hospital Padre Zé, que nunca foi aplicado na unidade de saúde. A nova equipe designada para a administração do hospital está realizando auditorias para identificar o destino dos recursos e implementar uma gestão mais transparente.

Padre Egídio de Carvalho, junto com Amanda Duarte e Jannyne Dantas, também apontadas como envolvidas no esquema de desvios, foram presos em novembro do ano passado e permanecem detidos desde então. A expectativa agora é de que a Justiça decida se o padre deve retornar ao regime fechado, como pede o Gaeco.

Fonte: Repórter PB

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