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Atendimentos

Quedas levam mais de 10 mil pessoas ao Hospital de Trauma de João Pessoa em 2024

Apesar da diminuição, o complexo hospitalar continua a destacar a importância de prevenir acidentes, especialmente entre crianças e idosos, que são os grupos mais vulneráveis.

Da Redação Repórter PB

22/08/2024 às 14:15

Imagem Atendimento a casos de quedas

Atendimento a casos de quedas ‧ Foto: Reprodução

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O Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, unidade do Governo da Paraíba em João Pessoa, é referência no atendimento a casos de quedas. De 1º de janeiro a 20 de agosto de 2024, o hospital atendeu 10.159 pacientes, observando-se uma leve redução em relação aos 10.266 atendimentos no mesmo período do ano passado. Apesar da diminuição, o complexo hospitalar continua a destacar a importância de prevenir acidentes, especialmente entre crianças e idosos, que são os grupos mais vulneráveis.

Segundo o diretor-geral da instituição, Laecio Bragante, as quedas são a principal causa de atendimentos no Hospital de Trauma ao longo do ano. “Como nossa unidade é referência para vítimas de trauma, recebemos mensalmente uma média de mil pacientes com algum tipo de queda. De acordo com nossos dados, julho registrou o maior número de atendimentos, com 1.370 pacientes. Esse aumento é frequentemente associado ao período de férias, quando as atividades esportivas entre crianças e adolescentes se intensificam, resultando em um maior risco de quedas e acidentes, e, consequentemente, de fraturas e lesões”, explicou.

Para o ortopedista da unidade de saúde, Caio Costa, os pacientes atendidos no Hospital de Trauma vítimas de quedas e traumas podem ser classificados em dois perfis distintos. “Podemos categorizar os pacientes em dois tipos: baixa e alta energia. O primeiro grupo é composto por casos relacionados a acidentes domésticos e quedas simples. O segundo grupo envolve traumas resultantes de acidentes de carro, colisões esportivas em competições de alto nível e quedas de grandes alturas, sendo mais comum entre o público jovem”, esclareceu.

O ortopedista também destacou que os traumas de baixa energia frequentemente afetam pacientes idosos, com uma predominância entre as mulheres, que têm ossos mais frágeis devido à idade. “Esses pacientes geralmente sofrem quedas da própria altura durante atividades cotidianas em casa. Simples acidentes, como escorregar em um banheiro molhado, podem resultar em fraturas graves, e o índice de mortalidade associado a essas lesões é elevado. Portanto, é crucial focar na prevenção de quedas através de medidas simples no dia a dia, como remover tapetes soltos, instalar corrimãos para auxiliar na locomoção e evitar o uso de escadas,” salientou.

Um exemplo claro dos riscos associados às quedas é o caso de Lúcia Marques, de 69 anos, que sofreu uma queda no banheiro de sua residência. “Foi um susto enorme. Nunca imaginei que um simples escorregão enquanto tomava banho poderia resultar em uma fratura na bacia. Passei por cirurgia, fiquei internada por alguns dias e agora estou voltando para casa. Com certeza, terei muito mais cautela daqui para frente. Já coloquei um tapete antiderrapante no banheiro e estarei mais atenta para evitar futuros acidentes,” comentou.

O diretor Laecio Bragante destacou a preocupação contínua do complexo hospitalar com as quedas entre idosos. “Criamos o Centro de Assistência Avançada do Trauma do Idoso (CAATI), dedicado exclusivamente a esse tipo de tratamento. Nosso objetivo é garantir que o idoso permaneça, no máximo, cinco dias em nossa unidade de saúde. Esse tempo reduzido de internação é crucial, pois longos períodos de leito podem levar a uma maior debilitação do paciente idoso,” ressaltou.

Quedas são uma das principais causas de trauma, como demonstrado pelo caso recente de Anselmo Villar, um mestre de obras de 42 anos. Enquanto consertava um telhado, o teto desabou, resultando em uma queda de mais de 4 metros que causou uma fratura na coluna e uma internação prolongada. “Achei que iria morrer quando caí do andaime. Graças a Deus, estou vivo, mas ainda preciso enfrentar um longo processo de fisioterapia e sinto muitas dores na coluna”. comentou".

De acordo com o ortopedista Caio Costa, o acidente de Villar destaca a gravidade das lesões causadas por quedas. "O impacto físico e emocional desse tipo de trauma é imenso. Muitas vezes, essas lesões podem afastar o paciente do trabalho, especialmente se ele é o principal provedor da família. Além disto, nossa unidade conta com o ATP (Ambulatório de Traumatologia da Paraíba), que dará continuidade ao tratamento de Villar após sua alta hospitalar”, explicou.

Fonte: Repórter PB

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