25/10/2024 às 10:36
O Ministério Público da Paraíba (MPPB), através do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), apresentou uma nova denúncia envolvendo o padre Egídio de Carvalho Neto, que é acusado de ocultação de patrimônio com possível finalidade de lavagem de dinheiro. A ação, revelada recentemente, descreve que o religioso teria adquirido um apartamento em uma das áreas mais valorizadas de João Pessoa, no bairro de Cabo Branco, avaliado em quase meio milhão de reais, e posteriormente transferido a propriedade para uma criança de apenas dois anos, residente em São Paulo e sem qualquer parentesco.
A denúncia indica que a transação foi feita em janeiro, com o imóvel sendo registrado em nome da criança ao final do mesmo ano. Segundo o Ministério Público, a transferência foi uma tentativa de camuflar a verdadeira origem dos recursos empregados na compra do imóvel, ocultando o real proprietário e supostamente encobrindo desvios financeiros oriundos de instituições de caridade ligadas à Arquidiocese da Paraíba, incluindo o Hospital Padre Zé.
O Gaeco-PB detalha na denúncia que o padre teria “ocultado e dissimulado a origem, localização, disposição, movimentação e a propriedade de bens”, o que caracteriza, para o órgão, a prática de lavagem de dinheiro. As investigações apontam que o valor do imóvel pode ter origem ilícita, possivelmente proveniente de desvios de recursos de projetos beneficentes. Para o Ministério Público, a doação foi feita em nome de um terceiro como forma de encobrir o vínculo do bem com o próprio Egídio.
A Procuradoria pede à Justiça o bloqueio e sequestro do apartamento, com o intuito de reverter o imóvel ao tesouro estadual. Além disso, solicita que Egídio de Carvalho Neto seja condenado a ressarcir os cofres públicos em R$ 480 mil, equivalente ao valor do apartamento, bem como ao pagamento de uma indenização por danos morais coletivos, no montante de R$ 1 milhão.
O caso, que envolve uma figura religiosa associada a projetos de caridade, levanta questões sobre a confiança e o destino dos recursos destinados às instituições filantrópicas. O MPPB agora aguarda os desdobramentos judiciais para o prosseguimento da denúncia.
Fonte: Repórter PB
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