Falta de recursos federais interrompe abastecimento por Carro-Pipa na Paraíba a partir desta segunda-feira

A partir desta segunda-feira (25), 159 municípios da Paraíba serão impactados pela suspensão do abastecimento de água potável por meio do Programa Carro-Pipa. A medida afeta diretamente 272.990 pessoas, deixando inúmeras famílias do semiárido em situação ainda mais vulnerável.

O anúncio foi feito na semana passada pelo 1º Grupamento de Engenharia do Exército, que informou a paralisação aos coordenadores da Defesa Civil dos municípios atendidos. A justificativa para a interrupção é a ausência de descentralização de recursos por parte do Governo Federal, o que inviabiliza a continuidade das operações.

Na Paraíba, o programa desempenha um papel fundamental no abastecimento de água em comunidades que enfrentam historicamente a escassez hídrica. No entanto, a paralisação não é um problema exclusivo do estado: ao todo, o programa atende cerca de 1,5 milhão de pessoas em 466 municípios de regiões do semiárido nordestino e do Norte de Minas Gerais e Espírito Santo.

A Operação Carro-Pipa é realizada por meio de cooperação entre os Ministérios do Desenvolvimento Regional e da Defesa, utilizando recursos financeiros e logísticos para abastecer mais de 34 mil cisternas coletivas em áreas de difícil acesso à água potável. Com a suspensão, a população dessas localidades enfrenta uma crise que pode gerar impactos graves na saúde pública, na agricultura de subsistência e no cotidiano de milhares de famílias.

Lideranças políticas e especialistas em segurança hídrica alertam para as consequências sociais e econômicas dessa decisão. No Sertão paraibano, onde o abastecimento depende exclusivamente do programa em diversas localidades, o clima é de apreensão. A falta de informações sobre uma possível retomada do serviço aumenta ainda mais a preocupação.

A suspensão do Carro-Pipa reacende o debate sobre a urgência de soluções estruturantes para o problema da escassez hídrica no semiárido brasileiro. Enquanto a população aguarda respostas, o apelo para que medidas emergenciais sejam adotadas ganha força.

Fonte: Repórter PB