09/11/2024 às 18:51
Em um encontro marcado pela defesa dos direitos dos pescadores artesanais, representantes do setor participaram de uma audiência com membros do Governo Federal e de diversas entidades no Comitê Permanente de Gestão (CPG) das regiões Norte e Nordeste. Realizada em Recife, na última sexta-feira (08), a audiência teve como objetivo discutir ajustes nas portarias e legislações que impactam o setor da pesca, com foco na criação de regulamentações mais específicas para a prática de pesca por arpão em açudes.
A Federação das Colônias de Pescadores e Aquicultores de Águas Interiores (FCPAAI) foi representada por Júnior do Peixe, que levou à mesa de debates as preocupações dos pescadores artesanais com a pesca por arpão. Essa prática, atualmente considerada amadora e sem regulamentações claras, vem causando impacto negativo na atividade artesanal, que já conta com normas específicas, como o limite de captura de 10 quilos mais um adicional de um quilo.
Conforme as fontes checadas pelo Portal REPORTERPB, durante a audiência, Júnior do Peixe argumentou que a pesca com arpão, por não ser regulamentada, acaba prejudicando os pescadores artesanais, tanto pela forma de captura, que exige métodos diferentes, quanto pela ausência de limites estabelecidos. Ele defendeu a necessidade de uma regulamentação que proteja os pescadores profissionais e delimite o uso do arpão, que, segundo ele, “é extremamente prejudicial aos pescadores artesanais”. O objetivo é garantir que a legislação contemple critérios específicos para essa modalidade, protegendo a pesca artesanal e reduzindo os riscos ambientais.
Propostas de reformulação normativa
Uma das propostas levantadas durante a reunião foi a atualização da Instrução Normativa nº 2010, de 28 de novembro de 2008, do Ministério da Pesca, que estabelece critérios para a pesca em algumas regiões do país. Júnior do Peixe destacou que essa normativa é antiquada e baseada em regulamentações de estados vizinhos, como Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Ele defendeu a necessidade de uma revisão que contemple a realidade do setor de pesca no Norte e Nordeste, incluindo a possibilidade de acréscimo de uma nova parcela para a categoria.
O encontro também teve como resultado a inclusão das pautas apresentadas no CPG, o que permitirá o debate e a votação dessas propostas com a participação de especialistas e representantes de universidades. Segundo Júnior, o próximo encontro do CPG está previsto para o primeiro semestre de 2025, em João Pessoa, e será uma nova oportunidade para os pescadores do interior levarem suas demandas às autoridades.
Além de Júnior do Peixe, estiveram presentes na audiência Judivan, da Colônia de São Francisco, e Chanel, da Colônia de Bom Jesus, ambos representando os pescadores sertanejos e reforçando a necessidade de uma legislação mais justa e específica para a pesca artesanal e por arpão.
Fonte: Repórter PB
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